Gustavo Almeida

Rachado, MDB enfrenta desafio de se unir para eleição em Teresina

Faltando um ano para o pleito eleitoral de 2024, emedebistas estão totalmente divididos sobre candidatura em Teresina.

06 de outubro de 2023 às 00:32
5 min de leitura

Diferente das eleições de 2020, quando lançou Dr. Pessoa para prefeito de Teresina, o MDB começa a pré-campanha para 2024 totalmente rachado. A sigla tem dois pré-candidatos ao Palácio da Cidade e uma ala crescente que defende apoio ao pré-candidato petista Fábio Novo.

Há, também, a ala dos calados, que evitam manifestações públicas ou são evasivos ao falar sobre o impasse vivenciado no partido.

Vice-governador Themístocles aposta no médico Paulo Márcio para prefeito (Reprodução/Instagram)

O vice-governador Themístocles Filho, que controla o diretório municipal, tenta emplacar o médico Paulo Márcio como candidato do MDB. Em oposição à ideia, o deputado estadual Henrique Pires se lançou pré-candidato e faz críticas à tentativa de Themístocles de emplacar um nome no estilo "goela abaixo". Pires diz que a bancada estadual não foi ouvida pelo vice antes dele lançar Paulo Márcio.

Paralelamente às duas pré-candidaturas postas, dois deputados estaduais do MDB já declararam publicamente apoio a Fábio Novo (PT). São eles: João Mádison e Ziza Carvalho. Ambos preferem o partido no palanque do candidato do Palácio de Karnak já no primeiro turno.

Deputados do MDB fechados com Fábio Novo

Outros nomes da bancada estadual, como Georgiano Neto e Simone Pereira, não fazem nenhum esforço para defender candidatura própria do MDB. Simone, aliás, andou sendo cotada para compor como vice de Fábio Novo e, também por isso, sinaliza clara preferência pelo petista.

Na Câmara Municipal de Teresina, o experiente vereador Luiz Lobão até defende que a sigla tenha candidato próprio, mas disse que quer distância da querela vivida no MDB. O presidente regional do partido, senador Marcelo Castro, como todos sabem, é mais petista do que emedebista em diversas situações, e também parece não querer se comprometer, embora seja o líder maior da sigla no Piauí.

O tempo dirá para onde vai e de que forma vai esse velho MDB.

| Certamente não gostou

Ex-governador Wilson Martins (Foto: Lupa1)

A desistência do deputado federal Florentino Neto (PT) de concorrer à Prefeitura de Parnaíba certamente desagradou muita gente que queria vê-lo voltar a ser prefeito. Quem com certeza não gostou foi o ex-governador Wilson Martins (PT), primeiro suplente de deputado federal que aguarda uma chance para poder assumir em Brasília. Se Florentino fosse candidato e ganhasse, Wilson virava deputado.

Era o único

De todos os deputados federais da federação PT, PV e PC do B, Florentino era o único que pretendia concorrer nas eleições municipais do ano que vem. Pelo visto, Wilson Martins terá que torcer por uma outra circunstância que lhe leve à Câmara Federal.

| Medo de ser 'assaltado'

Telsírio garante que será candidato a prefeito

O jornalista e advogado Telsírio Alencar, hoje filiado ao MDB, garante que será candidato a prefeito de Teresina em 2024 e que já conseguiu um partido para poder concorrer no pleito municipal. No entanto, ele diz que ainda não pode revelar qual é o partido, pois, nas palavras dele, tem "medo de ser assaltado" pelos figurões da política piauiense.

A explicação

De acordo com Telsírio, se disser agora qual partido conseguiu para concorrer em 2024, logo os poderosos dos grandes partidos que não querem candidaturas alternativas se movimentam lá em cima para tomar a legenda e impedir que ele se candidate. Então, boca fechada!

| Teresa vai dar trabalho

Ex-deputada Teresa Britto (Foto: Laura Cardoso/Lupa1)

Os mais apaixonados pela pré-candidatura do petista Fábio Novo a prefeito de Teresina desdenham da insistência da ex-deputada estadual Teresa Britto (PV) em manter a condição de pré-candidata. É verdade que dificilmente Teresa consegue vencer essa queda de braço se considerarmos o poder monumental do Palácio de Karnak e do próprio PT. Mas a questão não é só vencer Teresa.

A mensagem que vai passar

Ao atropelar a intenção quase solitária, mas barulhenta, de Teresa Britto, a pré-candidatura de Fábio Novo vai contabilizar mais um episódio de "tratoramento" de aliado. O primeiro foi Franzé Silva, do próprio PT. É como se a pré-candidatura de Novo fosse avançando à base do "engole o choro" todo mundo. Essa mensagem é positiva?

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