Coluna Letras da Política

Gustavo Almeida

Não ao golpe, sim aos golpistas!

Absolvição de Dilma Rousseff no TRF-1 faz petistas voltarem a falar que houve um golpe em 2016, mas sem tocar nos "golpistas" que hoje são aliados.

22 de agosto de 2023 às 07:45
6 min de leitura

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) inocentou ontem, segunda-feira (21), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho por supostas pedaladas fiscais em ação de improbidade administrativa no governo da então presidente petista.

As pedaladas fiscais, sob a ótica de crime de responsabilidade e não de improbidade, foram base para o impeachment de Dilma Rousseff no Congresso Nacional em 2016. A edição de decretos de abertura de crédito sem o aval do Parlamento também foram causa para a queda da petista do poder.

Nas redes sociais, políticos petistas e alguns aliados do atual governo celebraram a decisão do TRF-1 tentando usá-la como justificativa para o que consideram ter sido um "golpe" contra Dilma Rousseff. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo Lula no Senado, compartilhou a notícia e, ávido, escreveu: "Foi golpe!".

Postagem de Randolfe (Foto: Reprodução/Instagram)

Petistas e aliados mais próximos insistem em manter o discurso de que o impeachment de Dilma foi um golpe. Se eles acham que a queda de Dilma foi um golpe, então porque não dizem nada sobre os tantos "golpistas" que estão alojados no governo do presidente Lula? É possível odiar um golpe e amar os golpistas?

A gestão Lula 3 tem como aliados personagens que votaram a favor ou se manifestaram publicamente favoráveis ao impeachment de Dilma. Dos 37 ministros, sete são "golpistas". A começar pelo vice-presidente da República Geraldo Alckmin (PSB), que comanda o Ministério da Indústria. Á época no PSDB, era defensor da derrubada de Dilma.

Além de Alckmin, Marina Silva (PSB), do Meio Ambiente; Simone Tebet (MDB), do Planejamento; Juscelino Filho (União), das Comunicações; José Múcio, da Defesa; Carlos Fávaro (PSD), da Agricultura, e André de Paula (PSD), da Pesca, também votaram e/ou defenderam o impeachment de Dilma Rousseff.

Se formos acrescentar os aliados no Congresso Nacional, aí é que a lista fica grande. Basta lembrar dos senadores Renan Calheiros, Eduardo Braga, Omar Aziz, Davi Alcolumbre, dos deputados Baleia Rossi (MDB), Júlio César Lima (PSD-PI) e tantos outros que hoje são aliados do governo petista. Todos devem lembrar do deputado Paulinho da Força (SD) cantando na tribuna da Câmara a música "Dilma vá embora que o Brasil não quer você. E leve o Lula junto e os vagabundos do PT".

Paulinho cantou na queda de Dilma, mas hoje é aliado do governo do PT (Foto: Antônio Augusto/Câmara)

A verdade é não não existe justificativa para a contradição de condenar um golpe, mas amar os golpistas. Não existe frente ampla, ameaça à democracia, absolutamente nada que explique esse contrassenso. O que há é unicamente o cinismo e o oportunismo de quem condena um suposto "golpe", mas abraça qualquer "golpista" em nome do poder.

| Atraso de salários

Toninho de Caridade (Foto: Divulgação/CNM)

A queda drástica nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) representa sério risco de atraso de salários nas prefeituras municipais. O presidente da Associação Piauiense de Municípios (APPM), Toninho de Caridade (PSD), informou que o repasse previsto para o próximo dia 30 vai vir com uma redução de 50% em relação ao valor pago em agosto do ano passado. A folha de pagamento mais ameaçada nas prefeituras é a da área da Saúde.

| Trigo do joio

Dr. Pessoa (Foto: Ezequiel de Sá/Lupa1)

O prefeito de Teresina Dr. Pessoa (Republicanos) avisou aos aliados que a partir de setembro vai começar a separar "o trigo do joio" (ele quis dizer o joio do trigo). De acordo com o gestor municipal, cada um que se diz membro de sua base terá que "botar a cara" e dizer para que veio. Após quase três anos de gestão, o prefeito começa a perceber que muitos dos seus "aliados" são, na verdade, políticos que não estão nem aí para ele e sua gestão, inclusive alguns secretários.

| 25 anos depois

A polícia prendeu no município de Simplício Mendes, a 390 km de Teresina, um homem condenado por participar da morte de um vereador da cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso. O crime aconteceu em 1998 e a condenação é de 2017. O homem, identificado como Huade Naime José da Silva estava em um carro na BR-020 quando foi abordado por policiais militares e precisou apresentar os documentos pessoais, ocasião em que foi verificado o mandado de prisão em aberto.

Polícia borrou a cara do criminoso (Foto: SSP-PI)

Huade Naime contratou um pistoleiro para matar o vereador Milton Guilherme Müller. Segundo a polícia, no dia do crime Huade atraiu o vereador para fora de sua casa com a desculpa de que queria comprar o seu carro. Em seguida, o pistoleiro Paulo Francisco dos Santos, contratado por ele, apareceu e executou a vítima.

A OPINIÃO DOS NOSSOS COLUNISTAS NÃO REFLETE, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DO PORTAL LUPA1 E DEMAIS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DO GRUPO LUPA1 .

Siga nas redes sociais

Veja também

Dê sua opinião

Tv Lupa 1

Veja todas