Atendimento emergencial a cachorro em unidade de saúde gera polêmica no Piauí
Episódio dividiu opiniões e prefeitura do município prometeu responsabilizar profissional de saúde que atendeu o animal.
A cidade de Inhuma, a 250 km de Teresina, foi palco de uma polêmica no começo deste mês. O assunto que dividiu opiniões e fez a prefeitura divulgar uma nota prometendo adotar providências foi o socorro prestado a um cachorro na Unidade Mista de Saúde Inhazinha Nunes.
Bicho foi atendido em unidade para gente (Foto: Google)
Conforme apurado pela coluna, uma mulher, que é médica e tem ligações políticas com o prefeito, levou o cachorro de estimação até a unidade de saúde e o animal recebeu atendimento no local. O bicho foi atendido por uma equipe da unidade numa sala à portas fechadas enquanto pessoas aguardavam atendimento do lado de fora.
A polêmica se estabeleceu porque a unidade de saúde de Inhuma é para seres humanos, não tendo nenhuma ala apropriada para atendimento veterinário. O município tem cerca de 15 mil habitantes.
Prefeitura se manifesta
A repercussão do caso entre os moradores da cidade foi tanta que a Prefeitura de Inhuma divulgou uma de esclarecimento. A gestão municipal informou que só tomou conhecimento do "atendimento emergencial" ao animal depois que o fato já tinha sido consumado e que não estava ciente nem autorizou que o bicho fosse atendido.
A prefeitura ressalta ainda no texto que "entende a aflição" das pessoas que criam "animais como membros da família e que entram em desespero ao vê-los em risco de morte". Contudo, diz que a Unidade Mista Inhazinha Nunes é restrita a seres humanos.
Embora admita que o "atendimento emergencial" aconteceu por parte de um profissional na unidade, a prefeitura nega que a equipe de plantonistas tenha sido a responsável pelo socorro prestado ao bicho.
Episódio gerou repercussão na cidade (Foto: Google)
Profissional será responsabilizado
Para diminuir a indignação dos que não concordaram com o atendimento do cachorro, a prefeitura tranquilizou dizendo que o ambiente hospitalar foi devidamente higienizado e o que os materiais utilizados no atendimento ao pet foram descartados. O profissional de saúde que atendeu o animal terá que repor o material.
"Queremos informar ainda que: o ambiente hospitalar já foi higienizado adequadamente, que não foi utilizado nenhum transporte vinculado à Saúde Municipal, que os materiais utilizados foram descartados e serão repostos pelo profissional que conduziu sua utilização (sem gastos ao município), bem como que as medidas administrativas cabíveis serão aplicadas", diz a nota.
Caso dividiu opiniões
Nas redes sociais, a polêmica dividiu opiniões. Enquanto muitos condenaram o atendimento ao cachorro numa unidade destinada a receber humanos, outros consideram louvável a atitude do profissional que recebeu o bicho.
Prefeitura prometeu adotar medidas cabíveis (Google)
"É sério que vocês irão responsabilizar o funcionário porque ele fez um atendimento a um animal na unidade de saúde? Vocês não têm um pingo de empatia pela causa animal! Não tem! Esse funcionário não merece de jeito nenhum ser responsabilizado. Ele deveria ser parabenizado.", escreveu uma moradora em resposta à nota da prefeitura.
"Eu não entendo como uma unidade mista de saúde com porteiro, recepcionistas, enfermeiros, médicos e diretores permite alguém entrar com cachorro sem ser barrado. Fico indignado com tamanha falta de respeito com os demais pacientes que ali estavam, sem citar os riscos", postou outro internauta.
"Gente, mas de quem era mesmo esse cachorro que estava no oxigênio no hospital?", questionou outro.
Alguns moradores insinuaram que o esforço para atender o animal só ocorreu porque a dona do bicho é gente influente.
Confira a nota da prefeitura: