Coluna No Centro do Poder

Ciro Nogueira x Rafael Fonteles: quando a força política ultrapassa os limites da disputa local

Opositores, os piauienses surgiram como alternativas para a corrida presidencial em 2026.

29 de junho de 2024 às 15:22
3 min de leitura

A declaração do presidente Lula sobre o cenário político em 2026 voltou a repercutir essa semana. Apesar de levantar a possibilidade de ser candidato à reeleição, Lula disse que espera que o PT arrume outra pessoa mais competente, mais jovem e com mais disposição. A declaração ocorreu após o ex-ministro, Mangabeira Unger, aconselhar o chefe do executivo a apoiar um dos governadores do Nordeste a encabeçar a disputa presidencial.

Diante disso, o senador Ciro Nogueira (PP - PI) se posicionou. O parlamentar postou nas redes sociais: "O Brasil só pensa nisso, conta os segundos e vamos chegar la!" A questão é que o nome mais jovem cotado é o do governador do Piauí, Rafael Fonteles, rival político de Ciro Nogueira no estado. Por outro lado, Ciro já chegou a ser questionado sobre a composição da chapa da direita, contendo seu nome como candidato a vice presidência do grupo bolsonarista.

Ambos estão em ascensão no cenário nacional. Ciro Nogueira tem uma grande força política no Congresso Nacional, foi ministro-chefe da Casa Civil, está entre os 100 "cabeças" de Brasília, é presidente nacional do Progressistas (um dos quatro maiores partidos do Congresso Nacional) e consegue transitar e ter influência em outras legendas. Já Rafael Fonteles figura entre os nomes que representam a renovação do Partido dos Trabalhadores, se destaca no setor tecnológico, é o governador mais bem avaliado do Nordeste e comanda o estado que deu o maior número de votos ao presidente Lula.

Tanto Ciro quanto Rafael estão no caminho para serem reconhecidos nacionalmente, mas precisariam de um reforço que seria a cereja do bolo para esse fortalecimento - o apoio dos seus mentores políticos.

Jair Bolsonaro, que está inelegível, poderia apoiar o nome de Ciro Nogueira para uma disputa presidencial, mas conta com várias opções para 2026, entre as quais estão os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas ou de Goiás, Ronaldo Caiado, além da ex-primeira dama, Michele Bolsonaro ou, até mesmo, um dos seus filhos já inseridos na política.

Já as opções de Lula são bem mais limitadas. O petista não construiu um herdeiro político para 2026 e os nomes que seriam alternativas da esquerda estão envolvidos em salvar a governabilidade do Lula 3. Então, fortalecer o nome de Rafael Fonteles seria uma carta na manga para a elaboração de um plano B.

O fato é que, apesar de serem nomes fortes e lembrados para um projeto tão audacioso, ainda há um caminho a ser percorrido para que os dois sejam preferência em uma disputa presidencial. Impossível não é, porém, o amanhã é logo ali.

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