Coluna No Centro do Poder

Aborto, drogas e jogos: a roleta russa das votações e declarações no Planalto Central

Durante essa semana, o Congresso Nacional debateu pautas polêmicas que renderam nas redes sociais.

20 de junho de 2024 às 18:27
6 min de leitura

As falas que deveriam ser abortadas sobre o projeto do aborto


O projeto que equipara o aborto ao crime de homicídio gerou várias declarações e, até gafes, nas hostes do Planalto Central. A primeira foi a fala do presidente Lula. Em uma entrevista, o chefe do executivo federal disse a seguinte frase: “Por que uma menina é obrigada a ter um filho de um cara que estuprou ela? Que monstro vai sair do ventre dessa menina?”

A fala acabou repercutindo entre os políticos de diversas bancadas, que criticaram o presidente nas redes sociais por comparar uma criança a um mostro. Talvez essa nem tenha sido a intenção, mas parece que o presidente ainda não entendeu que a internet não perdoa ninguém.

Outra que acabou se confundindo na oratória foi Carla Zambelli. A deputada do PL, em uma coletiva da bancada evangélica, pediu para que a imprensa não distorcesse informações sobre o projeto e soltou: “Não quer o bebê, entrega para o aborto”. Após perceber a gafe, parlamentares que estavam próximos corrigiram a deputada, pedindo que ela trocasse a palavra “aborto” por “adoção”. Acabou dando um prato cheio para a imprensa que ela mesmo criticou. Deve ter sido a empolgação.

Ainda sobre as falas de Lula...


Ainda na mesma entrevista, o presidente Lula disse que admite a possibilidade de ser candidato a reeleição em 2026 para evitar a volta de “trogloditas” ao comando do país. Mais uma fala que gerou reações.

O senador Ciro Nogueira (PP - PI) reagiu essa declaração, dizendo: “De toda a história de Lula, foi a entrevista mais desastrosa. Totalmente fora da realidade, fora do contexto. No momento em que o Brasil está enfrentando uma crise econômica a pessoa, em vez de falar do que realmente precisa, falar da economia do país, dar tranquilidade as pessoas que querem investir, vai falar de eleição. Fico muito triste e espero que ele volte a razão’’.

O que chamou atenção é que Lula não colocou Jair Bolsonaro como seu possível opositor em 2026 mas, nas entrelinhas, mirou no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O aliado de Bolsonaro já se manifestou e disse que Lula está 'viajando' por vê-lo como rival em 2026. Uma bela saída pela tangente.

“Deu no poste” para o governo


Significado da expressão Deu no Poste: a expressão é utilizada no jogo do bicho para se referir aos números vencedores.

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou, em um placar apertado, o projeto que libera o funcionamento de bingos, cassinos, jogos de azar, e jogo do bicho no Brasil. O texto já havia passado pela Câmara e, com a aprovação pela CCJ, a análise segue para o plenário do Senado.

O governo agora articula essa aprovação, visando uma arrecadação de R$ 30 bilhões por ano. A aprovação foi vista como uma vitória para o governo.

De acordo com o Ministério da Fazenda, que vai fiscalizar essa legalização, os cassinos precisam ter sede no Brasil, comprovar que o dinheiro que circular no estabelecimento é lícito e não poderão permitir a entrada de menores de 18 anos e pessoas com compulsão por jogos. O que resta saber é como e quem fará a fiscalização para que todas essas regras sejam cumpridas.

As drogas voltam a pauta do STF


O Supremo Tribunal Federal voltou a discutir a descriminalização das drogas. O assunto foi polêmica no Congresso Nacional, que aprovou um projeto proibindo porte e posse de qualquer quantidade de substâncias ilícitas.

Na Suprema Corte, a descriminalização já conta com cinco votos favoráveis e três contrários. Votaram a favor da ação os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Rosa Weber (aposentada). Já os votos contrários foram dos ministros Cristiano Zanin, André Mendonça e Nunes Marques. Faltam votar Dias Toffoli, Carmen Lúcia e Luiz Fux.

Apesar de retomar a discussão, os ministros já declararam que não há a intenção de interferir na decisão tomada pelo Congresso Nacional, com a aprovação do projeto que decidiu pela criminalização das drogas, seguindo o que define a Constituição.

Pula a fogueira, ia, iá...


A próxima semana será de folga para os parlamentares da bancada do Nordeste. Por causa dos festejos juninos, os presidentes da Câmara, Arthur Lira e do Senado, Rodrigo Pacheco, liberaram os parlamentares da obrigatoriedade em comparecer aos trabalhos legislativos.

Com isso, deputados e senadores vão aproveitar para fortalecer suas bases para as eleições municipais e comer muita canjica e milho assado.

Anarriê, meu povo.

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