Entenda o motivo da Dipirona ser proíbida nos Estados Unidos e em outros países
Agência que regula medicamentos nos Estados Unidos, decidiu que a dipirona deveria ser retirada do mercado americano em 1977.
A dipirona é um dos medicamentos mais utilizados no Brasil, usado para o alívio de dor e febre. O que é desconhecido por muitos, é que esse mesmo composto é proibido nos Estados Unidos e em alguns países da União Europeia.
O principal motivo do veto é por um possível efeito colateral grave da medicação chamado agranulocitose, que consiste em uma alteração no sangue potencialmente fatal marcada pela queda na quantidade de alguns tipos de células de defesa.
Até meados dos anos 1960 e 1970, o medicamento estava amplamente disponível em boa parte do mundo. Mas após a publicação de um trabalho, no ano de 1964, foi constatado que a agranulocitose acontecia em um indivíduo a cada 127 que consumiam a aminopirina, uma substância que tem a estrutura bem parecida à da dipirona e isso foi o suficiente para que os autores assumissem que dados obtidos também eram aplicados à dipirona.
Com base nessa e em outras evidências publicadas no mesmo período, a FDA, agência que regula medicamentos nos Estados Unidos, decidiu que a dipirona deveria ser retirada do mercado americano em 1977. Pouco depois, países como Austrália, Japão, Reino Unido e partes da União Europeia aplicaram a mesma decisão.
A partir de 1980, surgiram novas evidências sobre a segurança da medicação. Dados do Estudo Boston, realizado em oito países - Israel, Alemanha, Itália, Hungria, Espanha, Bulgária e Suécia, com mais de 22 milhões de pessoas, mostraram uma frequência muito baixa da doença em usuários de dipirona: 1,1 caso para cada 1 milhão de indivíduos.
Outra investigação, realizada em Israel com 390 mil indivíduos, encontrou um risco de 0,0007% de desenvolver essa alteração e de 0,0002% de morte em decorrência desse evento adverso.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), realizou um evento sobre a segurança da dipirona, em 2001. O encontro concluiu que "a eficácia da dipirona como analgésico e antitérmico é inquestionável e que os riscos atribuídos à sua utilização em nossa população são baixos e similares, ou menores, que o de outros analgésicos/antitérmicos disponíveis no mercado”.
Com informações O Globo