Simepi promove palestra com Flávio Nogueira e debate importância do médico na política
Na palestra, deputado fez resgate histórico da presença de médicos nos cargos de prefeito de Teresina, governador do Piauí e presidente da República.
O Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi) reuniu na noite desta sexta-feira (19) médicos, outros profissionais da área da saúde e gestores públicos em uma palestra sobre a importância do médico na política. O palestrante foi o deputado federal Flávio Nogueira (PT), médico cirurgião torácico e político piauiense de vários mandatos. Nogueira foi presidente do Simepi na década de 1980, diretor do Hospital São Marcos e conselheiro da Associação Médica Brasileira (AMB).
Flávio Nogueira durante palestra (Divulgação/Ascom)
Durante a palestra, o deputado abordou não apenas a participação do médico na política partidária, mas também na política de saúde. Ele fez um resgate histórico da presença desses profissionais da medicina em cargos públicos como o de prefeito de Teresina, governador do Piauí e presidente da República. Para Flávio Nogueira, o médico precisa participar mais da vida política nacional, do seu estado e do seu município.
"Nós tivemos 33 presidentes da República e só um era médico, mesmo sendo uma categoria grande, que tem muitas lideranças e que tem uma relação diária com milhares de pessoas. O médico gosta de política e, se puder ser candidato, ele é. Então, me parece que falta articulação política em todos os setores para que a classe médica possa participar mais da vida nacional, da política do seu estado e do seu município, principalmente nesse momento de grandes tensões políticas que vivemos", falou Nogueira.
Palestra no auditório do Simepi (Divulgação/Ascom)
No evento, o parlamentar federal abordou também problemáticas como a distorção na distribuição dos médicos no Brasil. Ele mencionou que o número de profissionais da medicina no País quadruplicou do começo da década de 1990 para cá e apontou que não há número insuficiente de médicos, mas sim uma concentração excessiva desses profissionais nos grandes centros urbanos, o que provoca grande carência nas pequenas cidades e regiões mais distantes.
"Do início da década de 1990 para cá quadruplicou a quantidade de médicos e aumentou exponencialmente o número de faculdades de medicina no país, o que inclusive merece um rigor maior no tocante à qualidade da formação profissional. Não é só sair formando médico por aí. Então, o que existe é um grave problema na distribuição desses profissionais. É preciso que haja medidas, na prática, para corrigir isso e diminuir a carência no interior", defendeu o deputado.
Simepi e Fenam
Médica Lúcia Santos (Foto: Andressa Martins/Lupa1)
A médica Lúcia Santos, presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), afirmou que os profissionais da medicina são muito importantes no dia-a-dia das pessoas e têm muito a contribuir quando participam da política, não apenas a partidária, mas também a política de classe.
"O Dr. Flávio Nogueira é um ícone da medicina piauiense e da política, um homem de grandes capacidades tanto na formação médica quanto na sua formação política. Essa palestra estimula a cidadania e a participação dos médicos e de outros profissionais da saúde na política. Foi uma palestra de extrema relevância. Nós temos que estimular a cidadania do nosso teresinense, do nosso piauiense. Tudo se resolve pela política e muitas vezes as pessoas têm uma ideia errônea do que é a boa política", disse Lúcia.
Médico e prefeito
Robert Segundo (Foto: Andressa Martins/Lupa1)
Presente na palestra, o médico e prefeito do município piauiense de Várzea Grande, Dr. Robert Segundo, falou sobre a importância do tema abordado por Flávio Nogueira no Simepi. Para ele, a atuação médica favorece o ingresso na vida política, porém, entende ser necessário que mais médicos tenham consciência da importância de participar.
"Eu não poderia deixar de vir, porque me incluo, como médico cirurgião vascular, habituado ao atendimento direto à população durante muitos anos e agora dedicado ao mandato eleitoral como prefeito da minha querida Várzea Grande. Eu tinha vir aqui escutar essas palavras e trazer também a nossa vivência, a nossa opinião relacionada ao tema. Como médico, você é habituado a ganhar a confiança das pessoas quase sempre em um momento de dificuldade, e eu acho que isso favorece a entrada desse profissional na política. Mesmo assim, penso que a classe carece de mais representatividade, por isso é importante um momento como esse aqui nessa palestra", falou.
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