O Superior Tribunal de Justiça (STJ) assumiu a investigação sobre um suposto esquema de rachadinha no Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), envolvendo o desembargador José James Gomes Pereira. Segundo reportagem divulgada pelo Estadão, na coluna do Fausto Macedo, a apuração foi iniciada após a prisão de seu ex-assessor, João Gabriel Costa Cardoso, detido por fraudar processos em troca de propinas.

Desembargador José James Gomes Pereira - Foto: TJ-PI

Durante as diligências, a Polícia Civil encontrou um arquivo nomeado “Esquema - TJPI.pdf” no computador do ex-servidor. O documento aponta possíveis irregularidades no gabinete do desembargador, incluindo a exigência de devolução de 30% dos salários de servidores comissionados como condição para manutenção nos cargos.

Diante das suspeitas, a Justiça do Piauí encaminhou o caso ao STJ, instância responsável por julgar magistrados. O relator do inquérito, ministro Sebastião Reis Júnior, destacou que há elementos iniciais indicando a possível prática de crimes como peculato, falsidade ideológica, advocacia administrativa e corrupção. O ministro determinou que a Polícia Federal conduza as investigações para aprofundar as apurações.

Além disso, João Gabriel Costa Cardoso acusou Lia Rachel de Sousa Pereira Santos, filha do desembargador, de exercer influência sobre a tramitação de processos no gabinete do pai. O Ministério Público Federal (MPF) solicitou um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre suas movimentações financeiras, mas o pedido foi negado.

A defesa de José James Gomes Pereira, representada pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay), alegou que ainda não teve acesso ao inquérito e, por isso, não pode se manifestar. O desembargador está afastado do cargo e, segundo seu gabinete, encontra-se de férias. As investigações seguem em sigilo no STJ.

Confira o valor do contracheque do desembargador:

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