Polícia Federal divulga resultados de operação que investigava benefícios rurais fraudulentos
Em Teresina, pelo menos três advogados foram presos durante os trabalhos.
A Polícia Federal divulgou, durante uma coletiva de imprensa, os resultados da operação bússola, deflagrada na manhã desta terça-feira (09). 39 pessoas foram presas, dentre as quais se encontravam advogados, servidores do INSS e intermediários.
A organização criminosa, segundo a PF, fraudava benefícios rurais por idade, chegando a criar 160 pessoas fictícias para receberem aposentadoria. Em Teresina, pelo menos três advogados foram presos durante os trabalhos.
Foto: operação bússola / Divulgação PF
A Justiça Federal também determinou o bloqueio das contas dos presos e a suspensão do exercício da função pública para os servidores do INSS. O Instituto se manifestou sobre o ocorrido e afirmou que não daria nenhuma informação, já que a operação é comandada pela PF.
A determinação do bloqueio evitará um prejuízo futuro estimado em R$ 623 milhões de reais, segundo a polícia.
Foto: apreensão da operação bússola / Divulgação PF
Entenda
De acordo com a investigação, o intermediário levava para o advogado um possível beneficiário e, na maioria dos casos, falsificava a documentação de trabalhadores urbanos para que eles pudessem ter acesso à aposentadoria rural por idade. Servidores específicos do INSS tinham acesso ao pedido, através de uma senha, e concediam o benefício.
Ao ter o benefício concedido, o beneficiário fazia um empréstimo consignado de R$ 10 a R$ 12 mil. Esse dinheiro era repartido entre o servidor do INSS que facilitou o esquema, o advogado que protocolou o processo e o intermediário.
Já foram identificados 1.975 benefícios de aposentadoria por idade rural com indícios de fraude, os quais já causaram um prejuízo efetivo ao INSS no montante aproximado de R$ 55,8 milhões de reais já sacados.