Grupo Toureiro: Irmão é indiciado como mandante da morte de Janes Castro
Motivação seria a briga pela herança da família, proprietária de uma das empresas farmacêuticas mais conhecidas do país.
A Polícia Civil indiciou o empresário Gerardo Pontes Cavalcante Neto pela morte do próprio irmão, Janes Cavalcante Castro. O crime aconteceu no dia 18 de setembro de 2020 e a motivação, de acordo com o inquérito policial obtido peloLupa1, seria a briga pela herança da família, proprietária de uma das empresas farmacêuticas mais conhecidas do país, o Grupo Toureiro.
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As investigações foram feitas pelo delegado Maikon Kaestner, que entregou o inquérito na última sexta-feira (14) ao judiciário. O indiciamento do empresário foi embasado pela prova de materialidade e indícios suficientes de autoria. Ele foi indiciado por homicídio qualificado, pela promessa de recompensa, por lavagem de dinheiro e por recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Conforme informações presentes no documento, o empresário teria usado dinheiro da conta bancária da empresa farmacêutica para pagar pelo assassinato do irmão. Além disso, Gerardo tentou interferir diretamente nas investigações, através da participação da esposa, que era chefe da 1ª Vara Criminal do Júri de Parnaíba.
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“O mandante achou que usando a conta do Grupo Toureiro, seria impossível perceber a movimentação, pois diretamente é um grande volume que é movimentado nas contas. Mas como a investigação encontrou a empresa utilizada para receber e redistribuir o dinheiro (Trans Eletro) ficou claro os dois depósitos após o crime”, disse o delegado.
Segundo o relatório bancário do inquérito, foram movimentados cerca de R$ 500.000 reais do Grupo Toureiro, sendo R$ 350.000 reais no período de março de 2020 até agosto do mesmo ano, nesse intervalo de tempo a morte de Janes Cavalcante teria sido arquitetada. O resto do montante foi transferido após o crime.
Outros envolvidos, conforme o inquérito
- Flávio Leal dos Santos (Trans Eletro) - Sócio de Gerardo. Responsável por organizar, distribuir e pagar os pistoleiros. Ele foi responsável por receber a quantia movimentada pelo mandante do crime.
- Igor Fernandez - Ocultava bens e emprestava o nome para cadastrar terminais telefônicos que foram usados na ação criminosa
- Carla Mariah Galeno de Melo Leal - Esposa de Flávio Leal - Cúmplice. Emprestou a conta pessoal para o marido usar nas transferências.
- Elizabeth Ruth Rangel - Ocultava bens do casal. Além disso, teria efetuado o pagamento para os pistoleiros.
Nota ao público
A Direção de Comércio do Piauí emitiu uma nota esclarecendo que o seu diretor, Gerardo Cavalcante não foi indiciado, mas apenas o delegado pediu pelo o indiciamento.
Crime e Operação Sicário
Janes Cavalcante Castro foi executado a tiros no dia 18 de setembro de 2020, quando saía da residência onde morava, na cidade de Parnaíba. O empresário foi assassinado no próprio carro por dois homens em uma motocicleta. Ele foi atingido por disparos de arma de fogo várias vezes.
Em 2021, a Polícia Civil deflagrou a operação Sicário, que tinha como objetivo prender suspeitos de participação na morte de Janes. Na época, um homem identificado como Mário Roberto foi preso suspeito de contratar um outro homem, que foi preso durante a operação. Ele seria o responsável por planejar a execução da vítima.
Foram feitas buscas em 15 endereços de oito municípios do Piauí, Alagoas e Pernambuco. Seis pessoas foram presas.
Veja o documento
RELATÓRIO INDICIAMENTO FINAL .pdf
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