Polícia

Acusada de matar crianças pode ser solta após laudo apontar ausência de veneno nos cajus

Novo laudo obtido pelo Fantástico, da TV Globo, confirmou que frutas ingeridas pelos irmãos de 8 e 7 anos que morreram não possuíam veneno.

13 de janeiro de 2025 às 09:03
3 min de leitura

Um novo laudo obtido pelo Fantástico, da TV Globo, trouxe uma reviravolta no caso dos irmãos Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel Silva, de 7 anos, que morreram em Parnaíba, no Piauí, em agosto de 2023. Presa há cinco meses sob a acusação de envenenar as crianças, Lucélia Maria Gonçalves pode ser inocentada após ser constatado que os cajus não possuíam veneno.Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, João Miguel Silva, de 7 anos e Lucélia Maria Gonçalves - Foto: Reprodução

O documento, divulgado na última quinta-feira (09), revelou que os cajus ingeridos pelos meninos antes da morte não continham vestígios de terbufós, conhecido como "chumbinho", substância que, segundo a polícia, teria sido usada no crime.

A divulgação do laudo coincidiu com a prisão de Francisco de Assis da Costa, padrasto da mãe das crianças, como principal suspeito de um novo caso de envenenamento ocorrido em 1º de janeiro. Neste novo crime, quatro pessoas morreram após ingerirem baião de dois contaminado com o mesmo veneno.

Francisco de Assis, acusado de envenenar família em Parnaíba - Foto: Reprodução

As investigações agora apontam Francisco como suspeito também das mortes anteriores. Segundo o promotor responsável, o caso apresenta novos elementos que indicam que as crianças podem ter consumido outro alimento envenenado, não os cajus.

Lucélia, que sempre negou envolvimento no crime e teve a casa incendiada após a acusação, pode ter sua prisão revogada. "Foi uma denúncia precipitada e sem as devidas provas", declarou o advogado de defesa da mulher.

Francisca Maria, mãe dos meninos mortos, também é uma das vítimas do novo crime.

Em depoimentos, Francisco demonstrou sentimentos de rancor e preconceito em relação à enteada e seus filhos. "Era como se eu tivesse tentando civilizar uma gente... uma civilização de índio", disse ele em uma das declarações à polícia.

As autoridades apuram se Francisco, durante a madrugada do réveillon, contaminou o arroz com terbufós e insistiu para que o alimento fosse servido no almoço. Apesar das evidências, Francisco nega participação nas mortes. Seu advogado afirma que ele é inocente e alega falta de provas concretas contra ele.

A reabertura do caso e as novas descobertas reforçam a complexidade das investigações e destacam a necessidade de cautela na condução judicial de crimes dessa natureza.

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