Promotor mira irregularidades no uso de recursos públicos pela Associação Atlética Corisabbá
Embora seja uma privada, a entidade passou a ser acompanhada pelo MP em razão do volume de recursos públicos recebidos
O Ministério Público do Estado do Piauí (MP-PI) instaurou um Inquérito Civil para apurar possíveis irregularidades na gestão dos recursos públicos recebidos pela Associação Atlética Corisabbá. A investigação está a cargo da Promotoria de Justiça de Floriano e foi motivada por denúncias de má gestão e falta de transparência na aplicação dos recursos financeiros oriundos de emendas parlamentares e repasses do poder público.
Segundo informações levantadas pelo MP-PI, a entidade esportiva recebeu, apenas nos últimos três anos, montantes expressivos de recursos públicos. Em 2022, foram R$ 100 mil via convênio com o Município de Floriano e R$ 364 mil da FUNDESPI, sendo parte proveniente de emenda do deputado estadual Dr. Francisco Costa.
No ano seguinte, em 2023, mais R$ 200 mil foram repassados à associação, novamente por meio de emenda parlamentar. Já em 2024, a agremiação teria recebido valores proporcionais à sua participação na primeira divisão do Campeonato Piauiense, em um total estadual reservado de R$ 5,3 milhões. Para 2025, os recursos destinados ao futebol piauiense saltaram para R$ 6,8 milhões.
A Promotoria destaca que, embora a Associação Atlética Corisabbá seja uma entidade privada com fins recreativos voltados aos seus associados, ela passou a ser acompanhada pelo Ministério Público em razão do expressivo volume de recursos públicos recebidos.
“Aausência de prestação de contas clara e detalhada, aliada à falta de relatórios específicos sobre a aplicação desses valores, levanta suspeitas sobre a correta destinação dos recursos”, frisou o promotor Edgar dos Santos Bandeira Filho, responsável pela investigação.