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Puxado pela Agropecuária, PIB avança 1,4% no primeiro trimestre

O Produto Interno Bruto do país mostra força ao crescer 1,4% no início de 2025, impulsionado por um notável avanço na Agropecuária e uma leve recuperação nos Serviços, enquanto a Indústria mantém sua estabilidade.

30 de maio de 2025 às 09:05
6 min de leitura

O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu (1,4%) na passagem do quarto trimestre de 2024 para o primeiro de 2025. As altas na Agropecuária (12,2%) e nos Serviços (0,3%) contribuíram para o crescimento. Já a Indústria apresentou pequena variação negativa (-0,1%), considerada estabilidade. Frente ao primeiro trimestre de 2024, houve crescimento de 2,9%, enquanto no acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB registrou elevação de 3,5%.

Em valores correntes, forem gerados R$ 3,0 trilhões, sendo R$ 2,6 trilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 431,1 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgados hoje (30) pelo IBGE.

Entre as atividades de Serviços, que têm peso de aproximadamente 70% da economia do país, houve crescimento em Informação e comunicação (3,0%), Outras atividades de serviços (0,8%), Atividades imobiliárias (0,8%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,6%) e Comércio (0,3%). Registrou-se estabilidade nas Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,1%) e queda em Transporte, armazenagem e correio (-0,6%).

“O grande destaque dentro dos Serviços tanto na taxa interanual como contra o 4º trimestre de 2024 foi a atividade Serviços de Informação e Comunicação, especialmente devido ao aumento de Internet e desenvolvimento de sistemas. Essa atividade cresceu mais de 38% desde a pandemia”, destaca a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

No setor industrial, a pesquisadora do IBGE destaca “especialmente as indústrias de transformação e construção, que tiveram quedas no 1º trimestre de 2025 de 1,0% e 0,8%, respectivamente, frente ao 4º de 2024. O setor industrial está sendo negativamente afetado pela política monetária restritiva”, completa.

Já a Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (1,5%), e as Indústrias Extrativas (2,1%) tiveram desempenho positivo. O setor industrial corresponde a aproximadamente 25% do valor adicionado.

Por fim, pela ótica da produção, o setor de Agropecuária, com peso de aproximadamente 6,5% na economia, registrou crescimento de 12,2% em relação ao último trimestre de 2024. “A agropecuária está sendo favorecida pelas condições climáticas favoráveis e conta com uma baixa base de comparação do ano passado. É esperada uma safra recorde de soja, nosso produto agrícola mais importante”, explica Rebeca.

Pela ótica da demanda, destaque para a expansão da Despesa de Consumo das Famílias (1,0%) e a Formação Bruta de Capital Fixo (3,1%), enquanto a Despesa de Consumo do Governo (0,1%) registrou estabilidade.

Em relação ao setor externo, as Exportações de Bens e Serviços tiveram variação positiva de 2,9% ao passo que as Importações de Bens e Serviços cresceram 5,9% em relação ao quarto trimestre de 2024.

PIB cresce 2,9% frente ao mesmo período do ano passado

Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB teve crescimento de 2,9% décima sétima taxa positiva consecutiva. O Valor Adicionado a preços básicos apresentou elevação de 2,9% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios avançaram em 2,9%.

Dentre as atividades, a Agropecuária cresceu 10,2% frente a igual período de 2024. Rebeca explica que, assim como na comparação trimestral, o resultado interanual pode ser entendido, principalmente, pelo bom desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no primeiro trimestre.

Conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), divulgado no mês de maio, condições climáticas favoráveis impactaram o desempenho de algumas culturas. Entre os produtos com safra no 1º trimestre que apresentaram crescimento na estimativa de produção anual e ganho de produtividade, destacam-se: soja (13,3%), milho (11,8%), arroz (12,2%) e fumo (25,2%).

A Indústria apresentou alta de 2,4% em relação ao primeiro trimestre de 2024. Nesse contexto, a Construção (3,4%) teve a sexta alta consecutiva corroborada pelo aumento da ocupação na atividade e da produção dos insumos típicos. Em seguida, a Indústria de Transformação (2,8%) foi puxada principalmente por máquinas e equipamentos, metalurgia, além de produtos químicos e farmacêuticos.

O avanço na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (1,6%) foi puxado pelo consumo residencial. Já as Indústrias Extrativas (0,2%), registraram estabilidade, tendo sua variação positiva advinda da alta da extração de petróleo e gás, porém, com efeitos mitigados pela queda na extração de minério de ferro.

O valor adicionado dos Serviços cresceu 2,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Todas as atividades apresentaram alta: Informação e comunicação (6,9%), Atividades Imobiliárias (2,8%), Outras atividades de serviços (2,5%), Comércio (2,1%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,1%), Transporte, armazenagem e correio (1,1%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,5%).

Sobre o Sistema de Contas Nacionais Trimestrais

O Sistema de Contas Nacionais Trimestrais- SCNT apresenta os valores correntes e os índices de volume trimestralmente para o Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado, impostos sobre produtos, valor adicionado a preços básicos, consumo pessoal, consumo do governo, formação bruta de capital fixo, variação de estoques, exportações e importações de bens e serviços. No IBGE, o SCNT foi iniciado em 1988 e reestruturado a partir de 1998, quando os seus resultados foram integrados ao Sistema de Contas Nacionais, de periodicidade anual. A próxima divulgação, referente ao 2º trimestre de 2025, está prevista para o 2 de setembro.

Fonte: Agência de Notícias - IBGE
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