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TERESINA: Garis e caminhoneiros paralisam atividades por calote da Recicle Ambiental

Trabalhadores cruzam os braços após nova crise contratual; assembleia nesta quarta pode decretar greve geral em Teresina

09 de julho de 2025 às 07:23
4 min de leitura

Teresina amanheceu nesta quarta-feira, 9 de julho, coberta pelo lixo que a rotina não conseguiu esconder. Gari sem salário, caminhões estacionados, prefeitura tentando justificar e a empresa terceirizada calada.

O roteiro se repete, mas os efeitos se acumulam. Desta vez, a cidade não apenas parou, ela expôs, mais uma vez, a fragilidade de um sistema que insiste em falhar com quem mais trabalha.

Sem salários e com caminhões parados Teresina amarga o silêncio da falta de resolução.

A Recicle Ambiental, responsável pela coleta, é acusada de não pagar os colaboradores, mesmo após receber repasses da Prefeitura de Teresina.

Impasse trava serviços essenciais em Teresina

A paralisação atinge diretamente os serviços de limpeza urbana. O Sindicato dos Trabalhadores Terceirizados afirma que a categoria suspendeu as atividades por atraso salarial da empresa Recicle Ambiental, que opera por meio de contrato público.

Prefeitura apresenta comprovantes e empresa silencia

Segundo apurou o Lupa 1, os pagamentos por parte da Prefeitura de Teresina foram feitos dentro do prazo.

O próprio prefeito teria apresentado à liderança sindical os comprovantes dos repasses, realizados de forma regular. A Recicle Ambiental, por outro lado, não se manifestou publicamente e segue sem repassar os valores devidos aos trabalhadores.

Empresa se recusa a assinar aditivo contratual

Miranda também afirma que a empresa se negou a assinar o aditivo de contrato apresentado no mês passado, o que gerou um novo impasse.

“Esse mesmo problema já ocorreu mês passado. A prefeitura apresentou o aditivo porque o contrato venceu, mas a Recicle se recusou a assinar”, explicou.

Mediação judicial não teve efeito

O sindicato acionou o Tribunal do Trabalho para tentar uma mediação. A audiência contou com representantes da Prefeitura, da empresa e da categoria, mas não houve avanço.

Mesmo com o desembargador presente, a empresa não deu nenhuma garantia de pagamento. Não tem acordo. Afirmou o presidente do sindicato.

Prestadores também denunciam calote milionário

Os caminhoneiros terceirizados que prestam serviço à Recicle também estão sem receber.

A dívida, segundo o sindicato, já passa dos R$ 4 milhões.

Esses prestadores estão há três meses sem receber. A dívida chega a R$ 4,2 milhões. Todos os caminhões estão parados neste exato momento.

Assembleia às 14h vai decidir se paralisação vira greve

Uma assembleia está marcada para as 14h desta quarta-feira. A categoria deve deliberar se a paralisação será ampliada para uma greve geral, com duração por tempo indeterminado.

A paralisação escancara a vulnerabilidade de quem sustenta a cidade com trabalho braçal e ganha um salário mínimo. Para esses trabalhadores, esperar 30 ou 45 dias por uma indenização não é viável. A cobrança agora é por responsabilidade imediata da empresa ou a paralisação continuará.

Um ciclo de omissões com consequências previsíveis

A cidade está refém de um modelo de gestão terceirizada que transfere responsabilidades, mas não assegura o mínimo aos trabalhadores.

Enquanto a prefeitura de Teresina mostra comprovantes e a empresa permanece em silêncio, quem perde é a população e, principalmente, o trabalhador invisível que mantém a cidade funcionando. O caso da Recicle Ambiental não é apenas um problema contratual, é um sintoma grave de uma estrutura pública que falha com os que menos podem esperar.


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