Butantan abre pré-cadastro para estudo com imunizante brasileiro
Esta é a primeira vez em que a Butanvac será aplicada em humanos
Uma semana após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar a realização de testes em humanos com a Butanvac, o Instituto Butantan abriu nessa quarta-feira (17) o pré-cadastro para voluntários que desejam participar do estudo com a vacina que será produzida totalmente no Brasil. A primeira etapa dos testes acontecerá com 418 voluntários que tenham mais de 18 anos.
Apesar de começar a permitir a candidatura das pessoas, o início dos estudos só poderá ser feito após a autorização dos ensaios clínicos por parte da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), que ainda não recebeu os documentos para avaliar se aprova o início da pesquisa.
As avaliações serão feitas em três etapas e, na primeira, que reunirá os 418 voluntários, analisará a segurança e qual dose é a mais apropriada para gerar anticorpos. Para se cadastrar, as pessoas podem encontrar mais informações no site criado pelo Butantan sem a necessidade de ser um profissional de saúde para participar da pesquisa.
O diretor do Butantan, Dimas Covas, explicou que não é a instituição que fará a escolha dos voluntários, mas, sim, os complexos de pesquisas que realizarão as análises junto ao Instituto.
Além de precisar da aprovação da Comissão antes de começar a aplicar o imunizante nos voluntários selecionados, o Butantan ainda deve apresentar à Anvisa informações complementares sobre testes em andamento com a vacina. Segundo a agência reguladora, os testes de fases 1 e 2 do imunizante serão feitos com duas doses, num intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda.
A ButanVac vem sendo chamada de vacina 2.0 contra a Covid-19. Sua principal vantagem é que ela será produzida inteiramente no Brasil, já que é desenvolvida a partir da inoculação de um vírus modificado que contém a proteína S do SARS-CoV-2 em ovos embrionados de galinhas – mesma tecnologia da vacina contra a influenza (gripe).