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FERNANDA DUARTE: O "De volta para o futuro" de Lula e a relação conflituosa com o Congresso Nacional

Petista busca, sem sucesso, alinhar discurso com o parlamento.

05 de maio de 2024 às 12:29
5 min de leitura

Direto de Brasília

Muito tem se falado da dificuldade que o presidente Lula está enfrentando para lidar com uma realidade diferente da que existia em seus dois primeiros governos, nos anos de 2003 e 2007 em relação ao Congresso Nacional. O chefe do Executivo, que antes tinha um certo controle sob o parlamento, se vê refém dessa nova leva de legisladores que impõem suas canetas e suas vontades, mediante negociações milionárias através de liberações de emendas parlamentares e ameaças de derrotas em projetos de interesse do Planalto. Além disso, falas do petista, que no passado não causariam tanto impacto, hoje provocam uma crise institucional que pode ter efeitos nocivos a sua governabilidade e que miram em 14 pedidos de impeachement que aguardam, solenemente, a análise do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

Essa semana foi marcada por uma jantar em que Lula tentou amenizar a relação com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O encontro, que teve direito a conversa ao pé do ouvido e divã com ministros do alto escalão não sutiu o efeito desejado. De acordo com interlocutores do Planalto, Pacheco não se convenceu com a gentileza palaciana e segue firme na ideia de derrubar os vetos do petista à projetos polêmicos como o que determina o fim das saidinhas nos presídios e dos cortes em emendas parlamentares, além do enfrentamento sobre a judicialização da proposta da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da industria e das prefeituras, motivo que levou ao entranhamento entre os dois, antes alinhados politicamente.

Por outro lado, Arthur Lira, que fez embates diretos a Lula há algumas semanas, resolveu dar uma trégua e faz parte da comitiva que acompanha o presidente em visitas ao Rio Grande do Sul neste final de semana. O estado vive uma crise por causa das chuvas intensas.

O que se sabe é que o presidente ainda segue perdido nessa nova realidade e ainda não conseguiu encontrar um caminho. Com uma base enfraquecida no Congresso, ainda precisará suar a camisa e segurar muito a língua se quiser concluir o seu tão esperado Lula 3 com o devido sucesso.


Enquanto isso, a Janja...

Outra frustação se deu com a primeira-dama Janja, que foi convidada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, para assisitir ao show da cantora Madonna, que aconteceu neste sábado (04), mas acabou não comparecendo ao evento. Ao ter o convite divulgado, a esposa de Lula foi altamente criticada por parlamentares bolsonaristas, através das redes sociais, que alegaram que Janja estaria na turnê da diva pop, em meio ao caos vivido no Rio Grande do Sul.

Dizem as más línguas que Janja teria desistido de ir ao show de Madonna após a repercussão negativa. Por outro lado, o secretário-executivo do Ministério da Cultura afirmou, através de uma rede social, que a primeira-dama esteve no Rio de Janeiro, mas apenas para cumprir agendas do G20 ao lado da ministra Margareth Menezes e que, logo após os compromissos, retornou a Brasília, sem constar nenhum evento festivo na sua agenda oficial.

Já no Piauí...

O deputado federal Júlio Arcoverde (Progressistas), segue cumprindo agendas partidárias pensando nas eleições municipais deste ano. Os compromissos estão longe do que seja, talvez, o seu maior desafio enquanto parlamentar federal: presidir a Comissão Mista de Orçamento em um ano extremamente difícil para a economia do país.

Fechar as contas em um momento de regulamentação de reforma tributária, disputas por emendas parlamentares, críticas à falta de crescimento da economia por integrantes do próprio governo, rachas entre os poderes por causa da desoneração da folha de pagamentos da industria e das prefeituras e a missão do ministro da Fazenda em entregar um déficit zero quando o presidente Lula declara que não pretende cortar gastos será uma prova de fogo para o político piauiense.

Arcoverde ganha destaque por ser o primeiro deputado federal do estado que ocupa esse cargo, mas por outro lado, tem um caminho tortuoso a percorrer em um cenário crítico onde tudo pode acontecer.

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