Carlos Lupi deixa Ministério da Previdência após revelações sobre fraudes no INSS
Lupi afirmou que sua saída ocorre por decisão pessoal e que seu nome não aparece nas investigações.
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, entregou o cargo nesta sexta-feira (2), poucos dias após a divulgação de um esquema de fraudes envolvendo descontos indevidos sobre benefícios do INSS, que causou prejuízos de até R$ 6,3 bilhões a aposentados e pensionistas. A decisão foi comunicada após uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lupi afirmou que sua saída ocorre por decisão pessoal e que seu nome não aparece nas investigações.
“Faço questão de destacar que todas as apurações foram apoiadas, desde o início, por todas as áreas da Previdência, por mim e pelos órgãos de controle do governo Lula. Espero que as investigações sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador”, escreveu em publicação na rede social X (antigo Twitter).
No mesmo texto, o ex-ministro informou que continuará acompanhando os desdobramentos do caso, “Colaborando com o governo para que, ao final, todo e qualquer recurso que tenha sido desviado do caminho de nossos beneficiários seja devolvido integralmente”.
Lupi estava no cargo desde janeiro de 2023. Em nota, agradeceu ao presidente Lula pela confiança e aos servidores da pasta.
“Deixo meu agradecimento aos mais de 20 mil servidores do INSS e do Ministério da Previdência Social, profissionais que aprendi a admirar ainda mais nestes pouco mais de dois anos à frente da Pasta. Homens e mulheres que sustentam, com dedicação, o maior programa social das Américas”.
A saída ocorre em meio à maior crise recente do INSS. Investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União apontam irregularidades praticadas por entidades associativas com a participação de servidores públicos.
Documentos mostram que o Conselho Nacional da Previdência Social alertou para indícios de problemas já em junho de 2023. A ata de uma reunião do colegiado, realizada em 12 de junho daquele ano, registra que Lupi foi informado, mas considerou não haver condições para agir naquele momento.
“O ministro registrou que a solicitação era relevante, porém, não haveria condições de fazê-la de imediato, visto que seria necessário realizar um levantamento mais preciso”, diz o documento.
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