Coluna Letras da Política

Pragmatismo: na política, uma palavra bonita para dar aos incoerentes

No Brasil, quando um agente público muda de postura da noite para o dia, diz-se que ele o fez porque é pragmático.

06 de dezembro de 2024 às 10:25
2 min de leitura

No mundo político, é trivial ouvir que determinadas figuras são "pragmáticas". O pragmatismo é o modo de se comportar com base na eficácia prática das ações, com a visão voltada apenas para o resultado que se quer alcançar, não importando os meios e/ou os caminhos para se chegar ao objetivo.

Quando um político dita sua atuação apenas visando o "venha a nós" prático, seja para si ou para o seu grupo (ou nos discursos deles, para o povo), fala-se que este agente é pragmático.

Na política brasileira, o tal pragmatismo está em todos os espectros, na esquerda, na direita e no centro. Está no governo que quer aprovar suas pautas a todo custo, está em alguns opositores que querem fazer oposição irresponsável e também em muitos opositores que querem se aliar aos governos. Está em todo lugar.

Normalmente, os que se valem do tão propalado pragmatismo o fazem justificando que a postura pragmática é em prol da cidade, do estado, do País ou de alguma pauta que, segundo eles, "será pelo bem do povo". Só lorota.

A grande verdade é que o tal pragmatismo político, tão naturalizado pela mídia e por muitos setores, não passa de uma esfaparrada justificativa para a gritante incoerência que já virou marca maior da classe política brasileira. Quando o agente público muda de postura da noite para o dia, diz-se que ele o fez porque é pragmático. Há, ainda, os que acrescentam que o pragmatismo se deu "pelo bem comum".

O fato é que, no dicionário, pragmatismo tem um significado, mas na política brasileira tem outro: incoerência.

A OPINIÃO DOS NOSSOS COLUNISTAS NÃO REFLETE, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DO PORTAL LUPA1 E DEMAIS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DO GRUPO LUPA1 .

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