No modelo atual de eleição, a verdade foi para o porão
Para muitos, condenar mentiras virou tão somente uma bonita narrativa. Na prática, adotam a manipulação e as inverdades como força motriz da campanha.
Falar a verdade virou exceção nas eleições de hoje em dia. O mote da maioria das campanhas majoritárias ‒ salvo algumas poucas exceções ‒ é mentir, deturpar, confundir, embaraçar, afrontar a lei e jogar sujo.
Os marqueteiros, via de regra, cumprem bem esse papel. Grande parte dos candidatos e aliados, idem.
Quanto mais poderosa é uma campanha, mais artifícios para levar a mentira adiante ela tem. O poder político e financeiro costuma ser proporcional ao poder de confundir, de fazer jogo sujo, de manipular.
Compromisso com a verdade é só discurso. Para muitos, condenar as mentiras virou tão somente uma bonita narrativa. Na prática, adotam a manipulação e as inverdades como força motriz da campanha.
"Fake news" é apenas um termo inglês, bonito, que alguns abrem a boca para criticar e atribuir ao outro, mas praticá-la é, na verdade, uma grande beleza para quem costuma condená-la apenas por conveniência e hipocrisia.
Se o eleitor bem souber, fica atento e desconfiado com tudo que vê, escuta, lê ou assiste. São tempos em que não se pode confiar em quase nada, nem mesmo em quem deveria ter os fatos e a verdade como pilar fundamental.
Não devemos cair no erro da infeliz generalização, sob pena de sermos injustos com os que se diferem. Mas é preciso apontar que, nesse imenso lamaçal que vivemos, o poder da mentira vai se dando bem. E que poder!
OUTROS ASSUNTOS
| Apoio importante?
Lurian fez vídeo para Dudu (Reprodução/Instagram)
O vereador Dudu (PT) comemora uma declaração de apoio que ele considera ser importante. Trata-se da filha do presidente Lula, Lurian Lula, que gravou um vídeo pedindo votos para a reeleição do petista. "Me sinto muito honrado em receber o apoio da querida companheira Lurian Lula, filha do nosso grande presidente Lula", escreveu Dudu. A pergunta que não quer calar: qual é mesmo o peso do "apoio" de Lurian? Quantos votos sua declaração de apoio dará a Dudu? Talvez só mesmo ele acredita que tal apoio tem alguma relevância na eleição de Teresina.
| Candidato inexpressivo
Senador Marcelo Castro (Foto: Érica Pessoa/Lupa1)
O senador Marcelo Castro (MDB) reagiu aos ataques que sofreu da prefeita de São Raimundo Nonato Carmelita Castro (PT). Marcelo evitou adotar o mesmo tom da gestora e, sem subir o tom de voz, disse que o candidato Isaías Neto, lançado pela prefeita, é tão inexpressivo que toda a repercussão da campanha dele gira em torno de declarações da gestora. "O candidato dela é tão inexpressivo que ela quer puxar a campanha para ela. Mas nós não vamos cair nessa cilada. Então, a melhor resposta é não responder agora. No dia 6 de outubro nós estamos preparados para dar a resposta", falou o senador.
| Investigar cadeirada?
Algumas coisas no Brasil não merecem ser levadas a sério, afinal, parecem piada. O Ministério Público Eleitoral em São Paulo abriu na segunda-feira (16) uma investigação para apurar a cadeirada que o candidato Datena (PSDB) deu em Pablo Marçal (PRTB) durante um debate promovido pela TV Cultura no domingo (15). O que mesmo tem para se investigar nesse caso? Datena deu um cadeirada e tudo foi filmado, transmitido ao vivo. A atitude é reprovável, sim, mas não há nada o que se investigar nesse fato. Se alguma punição tiver que ser aplicada a Datena, que seja feita e ponto final. Precisa abrir uma investigação para apurar uma cadeirada? É cada coisa, viu!
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