No interior, Rafael dispara avisos: "Não adianta se aproximarem de partidos da base"
Governador percorre municípios entoando discurso de ‘taca, taca, taca’ contra coligações adversárias, até mesmo algumas formadas pelo próprio PT.
O governador Rafael Fonteles (PT) adota nas eleições municipais um tom bem diferente do que o seu antecessor Wellington Dias costumava adotar. Enquanto Dias evitava confrontos públicos e, sempre que possível, buscava apoio de dois grupos rivais nas cidades, Rafael faz questão do "nós contra eles" na campanha municipal.
Por onde tem andado, ele discursa em palanques falando em "taca, taca, taca" para os adversários dos seus aliados nos municípios. E não importa se o alvo que Rafael quer dar "taca" seja de um partido da sua base política.
Não adianta se aproximar
Desde 2023, dezenas de prefeitos que votaram em Sílvio Mendes (União) e Joel Rodrigues (Progressistas) nas eleições de 2022 se filiaram a partidos da base de Rafael, principalmente ao PSD e ao MDB. Há também os que não se filiaram, mas lançaram candidatos à sucessão filiados a partidos da base.
Contudo, Rafael intensificou o aviso de que não adianta quem não votou nele se filiar ao PSD ou MDB.
Chorem para Bolsonaro
Durante comício do candidato a prefeito Renaldinho (PDT) na tarde de terça-feira (24) na cidade de São Julião, o governador não poupou o grupo político do atual prefeito e candidato à reeleição Dr. Samuel Alencar (MDB). Rafael afirmou que o prefeito vai ter que ligar chorando para Bolsonaro após a derrota e afirmou que não adianta adversários se aproximarem de partidos da base. Dr. Samuel se filiou ao MDB em julho do ano passado.
"Aqui não pode ter dúvida, ninguém de São Julião vai ter dúvida. Lula e Rafael só tem um candidato: é Renaldinho. Não adianta querer se aproximar de partidos da base. Meu time é esse. O outro lado é da turma do Bolsonaro. No dia 7 de outubro o Renaldinho já vai despachar comigo no Karnak e o outro lado vai ligar chorando para o Bolsonaro", falou elevando o tom de voz e arrancando gritos de apoiadores.
Taca, taca, taca
Também na terça-feira, pela manhã, na cidade de Dom Inocêncio, Rafael subiu no palanque do candidato de oposição Nenê (MDB), que concorre à prefeitura com o candidato da situação Fernandinho (PSD) e cujo vice é do PT, partido do próprio governador.
Apesar disso, Rafael aumentou o tom e disse que a chapa PSD/PT em Dom Inocêncio vai levar "taca, taca, taca".
Mesmo tom, em todo lugar
Há algumas semanas, o chefe do Palácio de Karnak também mandou o aviso na cidade de Wall Ferraz, onde o prefeito e candidato à reeleição Guilherme Maia trocou o Progressistas pelo PSD e se aproximou do deputado estadual Georgiano Neto.
Ao discursar em apoio ao candidato oposicionista Ismael da Farmácia (PT), Rafael afirmou que "não adianta o outro lado mudar de partido" e também repetiu o jargão de que o prefeito vai levar "taca, taca, taca".
Repercussão na base
Entre alguns deputados da base, obviamente longe de microfones e gravadores, as opiniões se dividem quando o assunto é o tom adotado pelo governador na campanha municipal.
A OPINIÃO DOS NOSSOS COLUNISTAS NÃO REFLETE, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DO PORTAL LUPA1 E DEMAIS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DO GRUPO LUPA1 .