Mais um junho sem São João

Enquanto alguns poucos países do mundo ensaiam volta à normalidade, o Brasil segue com a pandemia avassaladora e impiedosa.

02 de junho de 2021 às 08:13

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Nem os mais pessimistas imaginavam que chegaríamos a junho de 2021 sem poder fazer as tradicionais e animadas festas de São João. Quando as folias juninas foram sendo canceladas pelas prefeituras e organizadores de eventos em 2020, o consolo que quase todo mundo tinha era: “É só um ano. No ano que vem estaremos felizes novamente curtindo as festas de São João”.

Os meses foram passando e a pandemia da covid-19 permanecendo em nossas rotinas. Nesse intervalo, mais de 460 mil brasileiros perderam suas vidas e outras centenas de milhares de famílias ficaram devastadas.

Um ano depois, cá estamos novamente começando um mês de junho cientes de que não haverá folia, nem fogueira, nem forrós em praças públicas. Nem mesmo a comemoração junina com aglomerações em família poderão acontecer.

Enquanto alguns poucos países do mundo ensaiam a volta à normalidade, o Brasil segue com a pandemia avassaladora e impiedosa. O mês mais animado do ano na região Nordeste estará novamente em silêncio, sem o fole das sanfonas e sem as multidões festejando.

Nosso consolo fica mais uma vez na expectativa de que no ano que vem poderemos ver o Nordeste feliz festejando o mês junino. Esperamos que, nesses próximos meses, tenhamos avanço significativo na vacinação contra a covid-19 e que a vida dos brasileiros comece a voltar ao normal antes do ano acabar.

Já são praticamente seis meses de vacinação, mas, proporcionalmente, nosso país ainda está aquém do que deveria na cobertura vacinal contra essa doença maldita.

Em nome da saúde e da vida da nossa gente, vamos passar por esse segundo ano sem festas juninas, mas com o peito cheio de esperança de que em junho de 2022 possamos gritar Viva São João, abraçar e aglomerar, todos vacinados e felizes. Ainda que a covid exista (o que certamente vai acontecer), que ela pelo menos não seja tão destruidora a ponto de nos afastar das pessoas e impedir nossas tradições.