Coluna Gustavo Almeida

Condenado a devolver R$ 24 mil ao Tesouro, ex-deputado implora por parcelamento em 4 vezes

Político parnaibano alega que o pagamento integral afetará outras obrigações financeiras e impactará na sua subsistência.

26 de junho de 2024 às 10:05
7 min de leitura

O ex-deputado estadual Deusimar Brito, o Tererê, pede na Justiça para parcelar uma dívida com o Tesouro Nacional. Ele teve as contas de campanha de 2022 desaprovadas pela Justiça Eleitoral após a constatação de uma série de irregularidades consideradas graves no uso de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Além da desaprovação das contas, Tererê foi condenado, em dezembro de 2023, a devolver a quantia de R$ 24.800 ao Tesouro.

Ex-deputado Tererê (Reprodução/Instagram)

Derrotado na disputa para deputado estadual em 2022 pelo MDB, Tererê não conseguiu comprovar uma infinidade de gastos apresentados em suas prestações de contas e por isso vai ter que devolver o dinheiro equivalente aos valores não comprovados. Ele ainda apresentou recursos para tentar reverter a decisão, mas todos foram negados.

Intimado a pagar a dívida após se manter inerte, o político alegou que não tem condições de pagar tudo de uma só vez. Por isso, solicitou que o valor seja parcelado em quatro parcelas de R$ 6.200.

Afeta a subsistência

Na justificativa do pedido de parcelamento, o ex-deputado implora por compreensão da Justiça. Tererê promete que se o Poder Judiciário aceitar o pedido ele "manterá a boa-fé e se sujeitará a todas as determinações". Em outro ponto, o político parnaibano alega que o pagamento integral afetaria obrigações que impactam na sua subsistência.

Tererê discursando de joelhos em dezembro de 2023 (Foto: Reprodução)

"Tal devolução em parcela única resultará em evidentes prejuízos à execução das atividades regulares de sua vida econômica, o qual retirará de seus próprios cofres para arcar com a devolução dos valores. O peticionante [Tererê] possui extenso rol de atividades realizadas e compromissos financeiros que não pode deixar de honrar. Desse modo, caso se mantenha o pagamento em parcela única, o peticionante será impelido a arcar com a devolução, e em detrimento de obrigações de sua própria subsistência.", diz a defesa do deputado no pedido feito à Justiça.

O relator do pedido de parcelamento é o desembargador Ricardo Gentil Eulálio. O Ministério Público Eleitoral, por meio do procurador regional eleitoral auxiliar Antônio Cavalcante de Oliveira Júnior, determinou nesta terça-feira (25) comunicação à Advocacia-Geral da União (AGU) para que o órgão emita um parecer sobre o pedido de Tererê.

OUTROS ASSUNTOS

Casa ocupada

João Vicente (Foto: Gustavo Almeida/Lupa1)

O ex-senador João Vicente Claudino (PSDB) anunciou na manhã de ontem terça-feira (25) a retirada da pré-candidatura a prefeito de Teresina. Ao justificar a decisão, apontou que o principal motivo foi a falta de alinhamento entre os diretórios do PSDB. Como a direção nacional não resolveu o impasse com o presidente estadual Luciano Nunes, que segue no comando da sigla mesmo após aderir a Fábio Novo (PT), João Vicente preferiu não levar a pré-candidatura adiante. "É como você ir morar numa casa ocupada. Eu não tenho essa condição [de seguir candidato nessas circunstâncias]", falou.

Silas é o nome

Jornalista Silas Freire (Foto: Agência Câmara)

João Vicente sai do páreo, mas assegura que o PSDB vai ter candidato a prefeito e que terá o apoio dele. Na entrevista em que anunciou a desistência, o empresário informou que três nomes do partido (Jorge Lopes, Edson Melo e Silas Freire) estão à disposição para assumir a pré-candidatura. Um deles, o vereador Edson Melo, disse horas depois que não tem interesse. Restaram Jorge Lopes e Silas Freire. Lopes é praticamente carta fora do baralho. A missão tucana deverá ficar com Silas Freire, que está doido para ser candidato e usar sua língua afiada na campanha eleitoral.

Crítica a Novo

JVC e cutuca Fábio Novo (Fotos: Gustavo Almeida/Lupa1)

João Vicente voltou a negar que sua pré-candidatura tivesse a intenção de ser "puxadinho" da pré-candidatura de Sílvio Mendes (União Brasil), mas também alfinetou Luciano Nunes, presidente estadual do PSDB que aderiu à pré-campanha do petista Fábio Novo na capital. Segundo JVC, Luciano quis levar o partido para um "caminho novo", e avaliou que "o novo às vezes é o pior". "Eu sempre defendi o caminho do PSDB, apesar de que a direção estadual levou o PSDB para um caminho que ele jamais trilhou, um caminho novo. E o novo nem sempre é bom. Às vezes o novo é o pior.", cutucou.

Lamento de Luciano

Luciano Nunes (Foto: Júnior Santos/Lupa1)

O ex-deputado estadual Luciano Nunes reagiu dizendo que a desistência de João Vicente não surpreendeu ninguém. De acordo com o tucano aliado do PT, a pré-candidatura de JVC nunca existiu, mesmo com apoio das direções municipal e nacional. "Ele não acrescentou absolutamente nada nesse processo [eleitoral]. Hoje ele desiste, mais uma vez, e quer achar um culpado, quando todos sabem que ele é o único responsável. Eu lamento profundamente essa situação porque isso deixa o PSDB em Teresina numa situação mais difícil ainda do que já se encontra", comentou Luciano.

Lamenta mesmo?

Quando Luciano Nunes diz que lamenta profundamente a situação gerada pela desistência de JVC, algum desavisado pode até pensar que ele era um apoiador empolgado do empresário que agora está triste com a desistência do candidato de sua predileção. Mas, como todos sabem, Luciano não apoiava JVC e, ao resistir no comando do diretório estadual e sempre criticar a pré-candidatura, contribuiu significativamente para melar os planos de João Vicente e esfacelar ainda mais o PSDB em Teresina, onde a sigla reinou por três décadas. O sentimento de Luciano pode ser qualquer um, menos o de lamento.

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