Andressa Martins

Opinião: Quem precisa reagir é o Estado

São os nossos representantes que precisam endurecer as leis para que os criminosos se sintam encurralados, afinal, encurralados hoje estamos nós.

13 de março de 2024 às 20:28
4 min de leitura

Teresina foi surpreendida no início da tarde desta quarta-feira (13) com a morte do empresário Petrônio Nunes, dono de uma lotérica no Centro da cidade. Em um dia normal de trabalho, a vida de Petrônio foi ceifada por um criminoso que tentou realizar um assalto. Petrônio morreu nos braços do filho, que era gerente da casa lotérica e presenciou toda a ação criminosa.

Bandido mata dono de lotérica durante tentativa de assalto - Foto: Reprodução

Em comentários nas redes sociais, é perceptível o quanto uma parcela da sociedade parece estar adoecida com o discurso de que os criminosos são vítimas da sociedade. Alguns internautas questionam o fato da vítima ter reagido ao assalto após ter visto um indivíduo armado ameaçar sua vida, de seu filho e funcionários e tentar levar o seus sustento. “Ah, mas não valeu a pena reagir”, alguns disseram.

Aparentemente, neste país, apenas o crime ainda vale a pena, ainda compensa. Parte da sociedade é levada a acreditar que existe verdadeira punição para quem tira a vida de uma pessoa. A pregação de que é necessário ótimas condições nos presídios, saidinhas nos feriados prolongados e recuperação de criminosos tem sido amplamente difundida nos discursos de quem finge se importar com a segurança da população.

Petrônio Nunes foi morto durante assalto em lotérica - Foto: Reprodução/Instagram

Todo mundo é ensinado por agentes da polícia, por membros da imprensa e por todos que nos cercam que não devemos reagir a um assalto, visto que nossa vida corre perigo. Concordo! É uma luta desigual (e arriscada) duelar com um criminoso com arma em punho e a certeza da impunidade a seu favor.

Quem precisa reagir nestes casos é o Estado, afinal, é para isto que ele existe. A polícia, com seu salário sofrido e jornada muitas vezes exaustiva, faz seu papel de repressão após ocorrer o fato e costuma encontrar e prender os criminosos. Na Justiça, as brechas facilitam a vida dos bandidos, que parecem saber de todos os seus direitos.

Filho abraça pai baleado durante assalto em lotérica - Foto: Reprodução

No legislativo e executivo, políticos brincam de faz de conta. Discursos preocupados com a segurança aparecem em momentos de crise, sem sequer lembrar que estamos em crise há muito tempo. Reforço: é o Estado que deve reagir. São os nossos representantes que precisam endurecer as leis para que os criminosos se sintam encurralados, afinal, encurralados hoje estamos apenas nós, os cidadãos.

Ainda no fim da tarde de hoje, algumas horas após assassinato de Petrônio, a polícia capturou um dos acusados de participar do crime. Mesmo sem a polícia ter divulgado a identificação do indivíduo, uma foto espalhada nas redes sociais chamou atenção para a tornozeleira eletrônica usada pelo criminoso.

Finalizo este artigo com questionamentos que todos devem se fazer: quem se beneficia com essa benevolência com os bandidos? A ressocialização é uma realidade possível no nosso país?

Os criminosos sempre têm direito a uma segunda, terceira, quarta chance; nós não. A família de Petrônio seguirá de luto, provavelmente por muito mais tempo do que o criminoso que tirou a vida do empresário vai passar na cadeia.

Siga nas redes sociais

Veja também

Dê sua opinião

Canal LupaTV

Veja todas