Política

A velha desculpa não cola no ano novo

Gestores que assumiram em 2021 não podem mais criar desculpas e nem culpar antecessores pela falta de resultados.

04 de janeiro de 2022 às 08:32
3 min de leitura

Estamos em 2022. Já se passou mais de um ano desde que os gestores municipais eleitos em 2020 tomaram posse em seus cargos. Ao longo do primeiro ano, é comum os prefeitos de primeiro mandato recorrerem ao velho e batido discurso de que estão “arrumando a casa”, mesmo depois de fazerem campanha prometendo mudanças já a partir de janeiro. O discurso do sucateamento e dos rombos nas prefeituras também costuma ser usado para justificar a inércia e a falta de resultados no começo das gestões.

No primeiro ano de mandato é sempre mais fácil de encontrar desculpas, de alegar dificuldades, de culpar antecessores e de não cumprir o que prometeu. Porém, já estamos em 2022. De agora em diante não cola mais nenhuma desculpa. Os que estão há mais de um ano no poder não podem mais transferir a responsabilidade pelos problemas dos seus municípios. A população elege gestores públicos para resolver problemas, para viabilizar soluções, para encarar desafios, para trabalhar sem reclamar.

Quando um político se candidata a um cargo eletivo, ele precisa estar ciente de que não está pleiteando o governo do paraíso, mas sim de um município, estado ou de um país. Se não quiser encontrar problemas, que não seja sequer candidato. Gestor público é eleito para resolver pepinos, para encontrar saídas e melhorar a vida das pessoas. No ano de 2022 não há mais como tentar atribuir dificuldades àqueles prefeitos e prefeitas que saíram do poder em 2020.

Dos 5.570 municípios brasileiros, em quase 4 mil os atuais gestores foram eleitos para o primeiro mandato nas eleições 2020. As populações de todas essas cidades, das menores e mais longínquas até as capitais, querem resultados. Os atuais gestores já superaram a marca de 25% do tempo dos seus mandatos. É 1/4 da administração concluído.

Vivemos uma época em que as cobranças aos homens públicos são cada vez maiores e a única resposta aceitável é o trabalho e a inteligência para resolver problemas. No ano 2022 do século XXI, a população não aceita mais falácias e frases de efeito que, na prática, não têm efeito positivo nenhum. A política é para quem tem coragem e, nesse caso, ter coragem é enfrentar problemas, se responsabilizar por eles e buscar as soluções.

Com mais de um ano de gestão, os novos prefeitos não podem mais governar olhando pelo retrovisor e muito menos tentar fugir das responsabilidades para as quais o povo os elegeu. Terceirizar problemas e culpar antecessores, a essa altura do campeonato, é reconhecer a própria inabilidade para cumprir a missão pública que o povo lhes conferiu.

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