Número de homicídios registrados no Piauí cresce 9,3% em 5 anos, aponta pesquisa
Dados mostram que a violência é a principal causa de morte entre os mais jovens e pessoas negras.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgou nesta terça-feira (5) a nova edição do Atlas da Violência. De acordo com os dados da pesquisa, entre 2016 e 2021, o Piauí apresentou um aumento de 9,3% na taxa de homicídios, com 766 casos registrados em 2021.
Dados do Altlas da Violência - Foto: Divulgação
O documento ressalta ainda que violência é a principal causa de morte dos jovens no Brasil. Em 2021, de cada cem jovens entre 15 e 29 anos que morreram no país por qualquer causa, 49 foram vítimas da violência letal; no mesmo período, dos 47.847 homicídios ocorridos, 50,6% vitimaram pessoas dessa faixa etária.
“São 24.217 jovens que tiveram suas vidas ceifadas prematuramente, com uma média de 66 jovens assassinados por dia no país. Considerando a série histórica dos últimos onze anos (2011-2021), foram 326.532 jovens vítimas da violência letal no Brasil’, enfatiza a publicação.
No Piauí, entre 2020 e 2021, houve um aumento de 10,6% nos homicídios de jovens a cada 100 mil habitantes. Em relação à população negra, a taxa subiu 18,1% no mesmo período, sendo 664 casos em 2021 contra 562 em 2020.
Este ano, o Atlas também trouxe uma novidade ao incluir dados sobre a violência contra estudantes e no ambiente escolar. Os indicadores foram considerados após chacinas como a que ocorreu em uma creche de Blumenau (SC), em abril deste ano, e na Escola Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo (SP), em outubro.
Entre as questões que chama a atenção está o bullying,que como mostra o relatório tem aumentado principalmente nos ambientes digitais.
“Entre os meios de prática de bullying, destaca-se o digital, que faz uso de celulares, computadores e outros dispositivos para difundir mensagens e imagens para assediar, incomodar, humilhar, discriminar, excluir os outros. Com a utilização de perfis falsos, os autores criam barreiras à sua identificação e podem se sentir mais confortáveis para adotar esse comportamento”, destaca a pesquisa.