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Mudanças na China e oportunidades para o empresário piauiense

Num momento em que várias empresas estrangeiras estão se desmobilizando e deixando a China, fica evidente que a concorrência diminui.

24 de setembro de 2022 às 12:14
4 min de leitura

Está difícil para brasileiros viverem e até mesmo irem para lá. Os custos de passagens estão elevados, existem quarentenas cujas regras mudam de forma imprevisível, etc.Os números não são claros e variam conforme a fonte, mas é evidente que está em curso um êxodo importante de estrangeiros, como não se via há pelo menos 20 anos.

Pequim, capital da China.Foto: Reprodução/Getty Images

A mobilidade está limitada. Houve também uma ruptura da cadeia produtiva devido aos sucessivos lockdowns. Não é mais tão fácil encontrar fornecedores confiáveis que consigam entregar conforme o prometido.Encontrar um agente experiente, que já esteja na China e que tenha bonsrelacionamentos,torna-se ainda mais importante.

Está ficando mais complicado, cheio de barreiraspara estrangeiros ficarempor lá. Se para a China e para os importadores isso é péssimo, para os estrangeiros que conseguem aguentar o tranco e ficar na China, isso é ótimo, pois terão que dividir os clientes com menos concorrentes.O mesmo se pode dizer para as empresas estrangeiras que conseguem contratar agentes de confiança dentro da China.

O ocidente parece estarabandonando a China, numa ação similar a uma ação de guerra. Ao invés de atacar com bombas, eles estão se esforçando para sufocaraeconomia chinesa. Talvez consigam, total ou parcialmente, mas não vai ser de imediato. A dependência de produtos chineses ainda é forte na economia global, eaoferta só poderá ser substituída muito gradualmente, sob risco de desabastecimento, paralisação de cadeias produtivas fundamentais, e inflação descontrolada.

A China passa por desafios internos, vendo desmoronar uma falsa robustez econômica baseada no mercado imobiliário e no investimento governamental em infra-estrutura. Isso gera a possibilidade de inquietação social e política, o que vemaagravar a situação.Nossa avaliação no entanto é de queogoverno chinês possui reservas financeiras (inclusive em dólar) suficientes para suportar a tempestade, que já começa a dar sinais de arrefecimento.

Vale a pena investir em produtos chineses? De que forma essas mudanças ajudam o Piauí?

Num momento em que várias empresas estrangeiras estão se desmobilizando e deixando a China, fica evidente que a concorrência diminui. Este efeito é exacerbado pelo êxodo de profissionais de comércio internacional. Nosso correspondente na China, que é consultor independente, relata um aumento expressivo da demanda por seus serviços, de parte de empresários brasileiros que foram deixados ‘ófãos’ no vácuo da pandemia.“Àqueles empresários sérios, com capital suficiente, visão e profissionalismo,ainda conseguimos atender, porém já estamos nos aproximandodolimite de nossa capacidade”, diz o nosso correspondente, consultor de ComEx na China há 20 anos.

Outubro promete mudanças profundas, com as quais virão oportunidades inéditas. Espera-se queo premierXi Jinping será reeleito para mais um termo de cinco anos à frente da segunda maior economia do mundo. Isto marcaria o desfecho da queda-de-braço política entre prós e contras da política de Covid Zero, com vitória dos primeiros; neste caso, Xi e seu grupo poderiam declarar vitória sobre apandemia, e anunciar orelaxamentomais profundodas medidas sanitárias,ora em vigor.

Junto com o relaxamento, virão amplas medidas de estímulo à economia, resultando num ‘repovoamento’ do mercado, com a entrada de novas empresas estrangeiras, imigração em massa de talentos, crescimento econômico acelerado, etc. Quem estiver inserido no mercado colherá os benefícios plenamente.

A HORA É AGORA.

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