Empresa de contabilidade é alvo de investigação por possível esquema de lavagem de dinheiro no PI
O esquema envolve, supostamete, duas prefeituras e uma câmara de vereadores do Norte do estado
Uma denúncia sigilosa encaminhada pelo Ministério Público Federal (MPF), ao Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), levou à abertura de investigações sobre possíveis crimes de lavagem de dinheiro envolvendo uma empresa sediada em Teresina-PI, que atua no setor de contabilidade. A apuração ocorre após indícios de movimentações financeiras atípicas, com fortes indícios de ilicitudes também envolvendo entes públicos municipais.
Segundo relatório, a empresa, cujo faturamento declarado em 2023 foi de R$ 667 mil, movimentou R$ 471 mil em menos de oito meses, dos quais R$ 451 mil foram oriundos de transferências diretas. Os principais depositantes são órgãos públicos, como a duas prefeituras e uma câmara de vereadores do norte do estado.
A principal sócia da empresa, cujo o nome será mantido em sigilo, é a responsável pelas movimentações e recebimentos. O caso já está sob investigação do MPF passou também a ser acompanhado por autoridades estaduais após surgirem indícios de outros crimes envolvendo recursos públicos nos entes municipais.
Paralelamente, o Relatório de Inteligência Financeira apontou a figura de um homem que seria ex-funcionário de uma empresa de mão de obra e atual presidente municipal do Partido Progressista (PP) em um dos municípios que passaram a ser alvos da investigação, como possível beneficiário de contratos suspeitos. Entre os dados levantados, consta a contratação direta para prestação de serviços a uma Secretaria Municipal de Saúde no valor de R$ 43.968, sem indícios claros de procedimento licitatório, o que pode configurar crime previsto no art. 337-E do Código Penal, que tem pena prevista de reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Diante da gravidade dos fatos denunciados de maneira sigilosa, foi determinada a instauração de uma Notícia de Fato, com ofício ao CAOCRIM (Centro de Apoio Operacional de Combate ao Crime Organizado) para análise e à DECCOR-PI (Delegacia de Combate à Corrupção) para a devida investigação.