Gustavo Almeida

A copa que o país do futebol não precisa

Brasil aceitou sediar Copa América de 2021 em um grave momento da pandemia da Covid-19.

01 de junho de 2021 às 08:40
2 min de leitura

A decisão do governo brasileiro de aceitar que o país seja sede da Copa América de 2021 é a nova polêmica do momento. Originalmente, uma das sedes da competição sul-americana era a Argentina, mas o país desistiu por causa da alta nos casos de covid-19. Outra das sedes originais, a Colômbia, abriu mão do torneio por enfrentar uma grave crise política com manifestações nas ruas e clima tenso. Diante da situação, o Brasil aceitou receber a competição, com aval do governo federal.

Copa América Lucas Figueiredo / CBF

No Twitter, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro pela ida do torneio para o Brasil. O episódio causou um verdadeiro reboliço nos meios esportivo, sanitário e político.

A maior parte da crônica esportiva condena o sim do Brasil para sediar a Copa América justamente em um grave momento da pandemia da covid-19. Enquanto a Argentina desistiu justamente visando conter a crescente dos casos e salvar vidas, o Brasil adota postura exatamente ao contrário.

Na política, as reações também foram imediatas. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Pandemia no Senado Federal, classificou a decisão de "escárnio" e chamou o torneio de "campeonato da morte". Ele ainda lembrou da negligência do governo com a crise sanitária: “As ofertas de vacinas mofaram em gavetas, mas o ok para o torneio foi ágil. Escárnio", escreveu nas redes sociais.

Reprodução: Twitter

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que a realização do torneio no Brasil é uma “insanidade” do presidente Jair Bolsonaro. Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que vai protocolar um requerimento de convocação do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, para prestar depoimento à comissão.

Embora os campeonatos nacionais de futebol estejam acontecendo, sem torcida, a avaliação do mundo político, de sanitaristas e da crônica esportiva é que uma competição internacional de seleções, com presença de muitos estrangeiros, aumentará muito o risco para o povo brasileiro.


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