O Lupa1 conversou com exclusividade nesta terça-feira (22) com a dona de casa Maria Lúcia, avó materna do pequeno Wesley, morto durante um ritual na zona rural de Altos. Consternada, a idosa de 67 anos lamentou a situação e desabafou: “morreu com fome”.
Durante a conversa, a idosa relatou que a família do pai da criança participava de rituais e que um falso profeta teria feito a família acreditar que Wesley teria sido “o escolhido”. Dona Maria diz que a filha é inocente e culpa a família do pai da criança por ter entrado nessa seita que culminou na morte do pequeno Wesley.
Casa da família de Wesley Morgana Moura / Lupa1
“Ela disse assim pra mim: ‘Mamãe eu vou contar a verdade agora para limpar minha alma. Minha alma está doendo muito. Mamãe, meu filho morreu de fome”, contou dona Maria.
Família paterna não deixava alimentar o garoto
Nas últimas conversas que teve com a filha, dona Maria revelou que ela confirmou que era a família do marido que não permitia que a criança fosse alimentada. Além do pequeno Wesley, outro bebê da família também vivia em uma situação parecida.
“Não deixavam dar de comer. A mãe dele e o pai [avós paternos da criança]. Só podia comer depois de sair da roda. E o bichinho chorando de fome porque ela não tinha mais leite para dar de mamar, né? O outro bebê [primo de Wesley] mamava e assim se alimentava. Ele como não mamava, ficava com fome”, continuou a avó materna.
O escolhido para sofrer
Dona Maria ainda relata que a família paterna era envolvida em uma seita onde acreditava-se que um profeta, identificado apenas como Caio, conversava com Deus e anunciou que o bebê Wesley era “o escolhido”. Ainda sem compreender bem o crime bárbaro, a idosa lamenta que o neto tenha sido o escolhido para sofrer.
“Lá era um jejum. Esse profeta dizia que tinham escolhido ele [Wesley]. Ela dizia ‘mamãe, escolheram o meu filho’. Agora eu não entendo, escolheram ele para judiar dele e o bichinho morrer com fome”, seguiu dona Maria.