Não há como deixar de considerar que algumas decisões da Justiça no Brasil geram situações pra lá de esquisitas. Um exemplo disso vai acontecer no município piauiense de Dom Expedito Lopes, a 295 km de Teresina. Lá, os eleitores vão às urnas duas vezes em 2024 para eleger dois prefeitos. Uma eleição será em março e a outra em outubro.

Prefeitura de Dom Expedito Lopes (Foto: Site Oficial)

Em novembro deste ano, o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) cassou o prefeito e a vice-prefeita da cidade, acusados de compra de votos e abuso do poder nas eleições municipais de 2020. Valmir Barbosa (Republicanos) foi gravado comprando votos na véspera da eleição. Apesar das provas, só teve o mandato cassado agora, com quase três anos no cargo. Junto com a cassação, o TRE-PI determinou a realização de novas eleições.

Na semana passada, o plenário do tribunal definiu a data do pleito suplementar: 3 de março de 2024. O candidato que for eleito será diplomado até o dia 22 de março para um mandato de oito meses. Se quiser disputar a reeleição, terá praticamente que emendar as duas campanhas, já que as eleições convencionais acontecem em outubro.

Valmir Barbosa: cassado (Reprodução/Instagram)

Na prática, o ano de 2024 será quase todo marcado por campanha eleitoral em Dom Expedito Lopes. Se hoje em dia as chamadas “pré-campanhas” já se tornaram praticamente uma campanha antecipada declarada – o que é um absurdo legalizado –, imagine com duas eleições em um intervalo de apenas sete meses.

Não se questiona aqui a cassação do prefeito, afinal, se ele praticou crimes eleitorais, precisava mesmo ser cassado e sofrer as penas da lei. Contudo, é vergonhoso e lamentável que a morosidade da Justiça seja tanta ao ponto de provocar uma situação esdrúxula de fazer uma cidade ter duas eleições para prefeito coladas uma na outra.

OUTROS ASSUNTOS

| Pelo poder central

Dr. Pessoa (Foto: Gustavo Almeida/Lupa1)

O prefeito de Teresina Dr. Pessoa viaja amanhã terça-feira (19) para Brasília, onde, segundo ele, terá uma reunião sobre assuntos relacionados à saúde. Dr. Pessoa não quis dar mais detalhes da pauta, mas destacou o fato de que o convite partiu do “poder central”.

Ele explica

“Eu fui convidado pelo poder central. Não vou ‘dicotomizar’ aqui para você qual é a pasta, mas fui convidado. Eu vou dizer: a pasta da saúde é o foco principal. Não tive um detalhamento sobre o convite, só sei que foi um convite central, não foi um convite periférico. Querem conversar em relação a várias coisas relacionadas à saúde”, disse.

| Denúncia rejeitada

Senador Ciro Nogueira (Foto: Gustavo Almeida/Lupa1)

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria no sábado (16) para rejeitar denúncia em que o senador Ciro Nogueira (Progressistas) era acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O político piauiense foi denunciado em 2020 pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com base em investigações e delação premiada da operação Lava Jato. Ciro, segundo a denúncia, teria pedido propina para campanhas à Odebrecht.

Zanin não votou

Votaram para livrar Ciro Nogueira os ministros Edson Fachin, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Nunes Marques e Luís Roberto Barroso. O ministro Cristiano Zanin, que defendeu Lula (PT) na Lava Jato, declarou-se suspeito e não votou o caso de Ciro.

| No mercado

Sílvio no Mercado da Piçarra (Reprodução/Instagram)

O pré-candidato a prefeito de Teresina Sílvio Mendes (União Brasil) visitou na manhã do domingo (17) o Mercado da Piçarra, na zona sul de Teresina. Desde que anunciou que será candidato a prefeito da capital, Sílvio intensificou a agenda de andanças pela cidade. Nas redes sociais, ele tem focado em depoimentos de teresinenses que o encontram e pedem sua volta à Prefeitura.

Pegou o ritmo

Se antes havia críticas de que Sílvio não se movimentava, agora não há mais razões para isso. A agenda do pré-candidato inclui andanças na semana e nos fins de semana.

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