Júlio e Ciro: os últimos a saber
Em meio à iminente entrada de políticos do Progressistas no Governo, deputado diz que ele e Ciro Nogueira não são informados das negociações.
O Progressistas está a um passo de entrar no Governo do presidente Lula (PT). O gestor petista tenta de todas as formas atrair partidos do Centrão para sua base de apoio e, com isso, pastas serão entregues a partidos como Progressistas e Republicanos.
Em entrevista a uma emissora de televisão na tarde de ontem, terça-feira (1º), o deputado federal Júlio Arcoverde, braço direito do senador Ciro Nogueira, presidente nacional do partido, foi questionado sobre o assunto. E chamou atenção a resposta de Arcoverde.
O deputado afirmou que ele e Ciro Nogueira pertencem à ala do Progressistas que é contrária à entrada do partido no governo e por isso são os últimos a saber dos acordos entre Lula e políticos da legenda. Ele admite que membros do partido estão negociando com Lula, mas garante que ele e Ciro ficam de fora das negociações e só sabem do andamento das conversas pela imprensa.
Ciro, tu viu isso? É verdade? Não, não vi. Tu soube de algo?
Arcoverde disse que sempre que vê uma notícia na imprensa sobre a ida de um determinado político do partido para o governo, liga para Ciro para saber, mas o senador responde dizendo que também viu e que não está sabendo. Nem mesmo a provável indicação da ex-deputada federal piauiense Margarete Coelho para a presidência da Caixa tem passado por Ciro, segundo Júlio.
O parlamentar afirma que muitas das negociações com Lula são feitas pelo líder do Progressistas na Câmara, deputado André Fufuca, do Maranhão, e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira. Os dois são muitos ligados a Ciro, mas não fazem oposição diária ao governo.
Júlio voltou a falar que Ciro Nogueira não vai impedir ninguém de ir para o governo, mas disse que quem for não poderá falar em nome do partido. O parlamentar estima que cerca de 60% do partido é contra a ocupação de cargos no governo e 40% a favor. Ele afirma que os que são contra não costumam ser informados das negociações com o Planalto, nem mesmo o presidente nacional.
Será mesmo?
| Olha para o próprio umbigo
Ao falar ao Lupa1 sobre as eleições municipais de 2024 em Teresina, o ex-governador Wilson Martins (PT) afirmou que um bom candidato precisa ser bom de largada e de chegada. Segundo ele, político que só é bom de largada não serve para ser candidato. Não se sabe se ele estava mandando uma indireta para o ex-prefeito Sílvio Mendes (União Brasil), mas o certo é que o histórico de Wilson é parecido.
Duas derrotas
Wilson perdeu duas eleições para senador em que largou na frente e era dado como eleito. Porém, foi ruim de chegada e perdeu as duas. Os reveses eleitorais aconteceram em 2014 e em 2018, quando ele liderou pesquisas com folga em quase toda a campanha, mas perdeu força no final e acabou derrotado.
| Primo legítimo
Esta coluna noticiou na terça-feira (1º) que o policial rodoviário federal Erivaldo Lopes, recém-filiado ao PT, será candidato a prefeito do município de Santo Antônio de Lisboa. Ele terá o apoio do atual prefeito Dr. Karlão (MDB), que não pretende concorrer à reeleição. Erivaldo Lopes é primo legítimo do desembargador do TJ-PI Erivan Lopes, atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI).
Grupo do desembargador
Na cidade, muitos classificam o grupo político como "o grupo do desembargador". Erivan é natural de Santo Antônio de Lisboa e uma figura influente em muitas questões da terra natal. O primo e pré-candidato Erivaldo Lopes se filiou ao PT na última sexta-feira (28).
| Não vai criticar?
Já faz um tempinho que o médico cardiologista Paulo Márcio (MDB) incorporou o pré-candidato. Nos últimos dias ele consolidou uma espécie de dobradinha com o deputado federal Marcos Aurélio Sampaio (PSD), com postura e discurso de candidato. Mas em uma coisa a dupla não está em sintonia: Paulo Márcio não faz críticas ao atual prefeito Dr. Pessoa, enquanto Marcos Aurélio desce a pancada.
Amigo pessoal
Paulo Márcio sempre fez questão de dizer que é amigo pessoal do prefeito. Até quando recusou convite de Dr. Pessoa para ser presidente da FMS ele quis passar a ideia de que não foi uma recusa, para não comprometer a amizade nem deixar o gestor em situação desconfortável. Mas, se quiser ser candidato, ele precisa se comprometer. Não dá pra ser oposição sem criticar quem está no poder.