Gustavo Almeida

Em pleito suplementar, Gilbués elege todos os vereadores cassados em 2023

MDB moveu ação que cassou chapa do Progressistas, mas viu todos serem eleitos novamente e, no final, foi quem ficou no prejuízo.

04 de março de 2024 às 10:30
6 min de leitura

Os eleitores de Gilbués, a 798 km de Teresina, voltaram às urnas neste domingo (3) para eleger os vereadores do município. A eleição suplementar exclusiva para a Câmara Municipal foi determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após a cassação de cinco vereadores do Progressistas em setembro de 2023.

A perda dos mandatos ocorreu devido à fraude na cota de gênero na chapa do partido nas eleições de 2020. A ação que levou à cassação da chapa do Progressistas foi movida pelo MDB. Porém, como a decisão do TSE não acarretou em inelegibilidade, os parlamentares cassados disputaram a eleição suplementar deste domingo e curiosamente todos eles foram eleitos novamente pela população.

Câmara Municipal de Gilbués (Foto: Portal 40graus)

João Dias Filho, o Júnior, teve 640 votos e ganhou em 3º lugar. Júnior da Boa Vista teve 636 votos e ficou em 4º lugar. Anderson Ribeiro teve 576 votos e ficou em 5º. Dimas Rosa obteve 468 votos e ficou em 6º. Henrique Guerra teve 353 votos e foi eleito na 8ª colocação. Todos eles haviam tido os mandatos cassados no ano passado.

O Progressistas ainda ganhou uma cadeira a mais do que em 2020, passando de cinco para seis vereadores. Jordan do Irajá, filiado do partido, foi eleito com 679 votos e ficou na segunda colocação geral.

MDB foi quem saiu perdendo

Eleitores de Gilbués voltaram às urnas (Foto: TRE-PI)

Embora a chapa do Progressistas em 2020 tenha sido a causa da nova eleição, o TSE determinou que o pleito suplementar elegesse a composição inteira da Câmara Municipal de Gilbués, ou seja, 9 vereadores. Isso ocorre porque o Código Eleitoral determina a realização de eleições quando a nulidade de uma anterior abranger mais de 50% dos votos válidos.

Com isso, além dos cinco políticos do Progressistas que haviam sido cassados e de um novato do partido, foram eleitos mais três parlamentares: Ubirajara Veleda (PL) com 732 votos na 1ª colocação, Jóia da Marmelada (MDB) reeleito com 364 votos na 7ª colocação, e Railvan (MDB) com 251 votos foi o 9º e último entre os eleitos.

O MDB, partido que moveu a ação para cassar a chapa do Progressistas, perdeu uma cadeira com o resultado da nova eleição. Em 2020, a sigla havia elegido três vereadores, mas no pleito suplementar deste domingo elegeu apenas dois, sendo um reeleito (Jóia da Marmelada) e outro novato (Railvan).

Dois emedebistas que ganharam a eleição em 2020 foram derrotados no pleito deste domingo. Para eles, "o feitiço virou contra o feiticeiro".

OUTROS ASSUNTOS

| Disputa de pai e filho

Ex-vereador Ferreira e o filho Vinício (Arte: Lupa1)

A eleição municipal de Teresina deverá ter uma disputa entre pai e filho por uma vaga na Câmara Municipal. O ex-vereador Ferreira anuncia que é pré-candidato a vereador. Nada estranho se ele não fosse pai do atual vereador Vinício Ferreira (PSD), que vai tentar a reeleição. O pai foi vereador por 24 anos e já presidiu a Câmara. Em 2020 ele lançou o filho candidato, que foi eleito para o primeiro mandato. Os dois se desentenderam, estão rompidos e agora vão disputar o mesmo cargo.

| Crítico ferrenho

Ex-deputado Jesus Rodrigues (Reprodução/Instagram)

O ex-deputado federal Jesus Rodrigues, histórico nome do PT no Piauí que rompeu e deixou a sigla desgostoso há alguns anos, não economiza nas críticas a antigos colegas de partido. Em seu perfil no Instagram, ele adota tom duro e faz oposição aos caciques petistas de quem um dia foi aliado. Um dos alvos atuais das críticas de Rodrigues é o deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Teresina Fábio Novo (PT). Em várias publicações ele repete que "o Novo não tem nada de novo".

| Campanhas em vão

Candidatos em Dom Expedito Lopes viveram expectativa de eleição, mas no final foi tudo em vão. Nas fotos acima, postagens dos candidatos a prefeito Joaquim do PT e Jonas Carvalho do Republicanos.

Os integrantes das três chapas majoritárias que disputavam a eleição suplementar para prefeito e vice de Dom Expedito Lopes, a 295 km de Teresina, gastaram dinheiro e sola de sapato em vão. Homologados em convenções partidárias na última semana de janeiro, os candidatos passaram todo o mês de fevereiro fazendo campanha e pedindo votos, mas, na última sexta-feira, uma decisão do ministro Nunes Marques, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), suspendeu a eleição que aconteceria neste domingo (3). Horas antes, os candidatos tinham postado nas suas redes propaganda que dizia: "faltam dois dias". Vão ficar esperando.

Prefeito de volta

Com a decisão de última hora, o prefeito Valmir Barbosa (Republicanos) e sua vice, que haviam sido cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) em novembro do ano passado, voltaram aos cargos. Como a decisão de Nunes Marques é monocrática, ela ainda será revista. Se for confirmada, não terá mais eleição suplementar tempo nenhum, mas se for derrubada, a disputa será retomada. Difícil é haver uma definição antes das eleições normais de outubro. Sendo assim, é quase certeza que Valmir Barbosa terminará seu mandato.

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