Gustavo Almeida

Elmano Férrer de Almeida: 58 anos de presença e trabalho no estado do Piauí

Ex-senador chegou ao Piauí em 1966 para trabalhar no escritório da Sudene, órgão federal do qual foi servidor de carreira.

17 de abril de 2024 às 09:40
7 min de leitura

O ex-senador e ex-prefeito de Teresina Elmano Férrer (Progressistas) completou nesta terça-feira (16) exatos 58 anos no Piauí. Natural de Lavras da Mangabeira, no interior do Ceará, ele chegou às terras piauienses em abril de 1966, quando tinha 23 anos. Veio para trabalhar no escritório da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O plano era ficar apenas um ano, mas está aqui até hoje.

Elmano quando era secretário de Planejamento no começo da década de 1990 (Arquivo Pessoal)

Técnico do órgão, ele percorreu o Piauí e passou a conhecer como poucos as dificuldades do estado. Elmano também dirigiu a Embrapa por 10 anos, foi secretário estadual de Planejamento no governo de Freitas Neto, secretário estadual do Trabalho, Desenvolvimento Econômico, Tecnológico e Turístico no primeiro governo de Wellington Dias, vice-prefeito de Teresina por duas vezes, prefeito da capital e, por último, senador da República.

A entrada na política partidária se deu pela proximidade, inclusive familiar, com a família Claudino. Contudo, a trajetória política foi precedida de uma exitosa carreira como servidor público.

Como técnico da Sudene, Elmano conheceu os rincões piauienses onde a miséria matava animais, crianças e adultos nas décadas de 1960, 1970 e 1980 e onde a omissão do Estado era bem maior do que nos dias de hoje. Quando fala da sua chegada ao Piauí, costuma sempre lembrar de uma cena que, conforme ele mesmo narra, nunca sairá da sua mente: viu um bebê morrer em seus braços na divisa do Piauí com Pernambuco.

Elmano em agosto de 1977 (Foto: Arquivo Pessoal)

Engenheiro agrônomo e advogado por formação, pós-graduado em planejamento e gestão, Elmano não esconde seu tino para projetos. Sua fidelidade com o lado técnico das missões que encara contrastou com a cruel exigência de "esperteza" que a política partidária costuma exigir. Embora tenha ocupado postos de destaque na vida pública, chegando a ser prefeito de uma capital e senador da República, ele nunca teve traquejo para negociatas nem para o jogo – muitas vezes sujo – que o ambiente eleitoral impõe aos que nele fazem carreira.

Em 2022, não conseguiu se eleger deputado federal mesmo estando no mandato de senador e após ter viabilizado várias obras importantes de infraestrutura para Teresina e o interior do estado. No Piauí, o então senador controlava politicamente o Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit). Em tais circunstâncias, é provável que um político carreirista tradicional tivesse conseguido se eleger.

Elmano no Senado (Foto: Roque de Sá/Agência Brasil)

Hoje aos 81 anos e ainda disposto a seguir na vida pública, Elmano Férrer não parece se deixar abater pelo revés eleitoral que sofreu nem tampouco quer mudar seu estilo de ser. O cearense que chegou ao Piauí 58 anos atrás prefere mesmo é brilhar os olhos ao falar da trajetória de trabalho como servidor público, na Sudene, nos outros órgãos de Estado por onde passou e nos cargos políticos que ocupou.

Ele saiu do Ceará, mas, passadas quase seis décadas, é mais piauiense do que muitos por aí.

OUTROS ASSUNTOS

| Reforça ideia de blocão

Fábio Novo discursa no MDB (Foto: Lupa1)

O pré-candidato a prefeito Fábio Novo (PT) precisa ficar mais atento ao que fala. Ele mesmo tem reforçado a ideia de que montou um blocão para enfrentar o seu principal adversário, o ex-prefeito Sílvio Mendes (União Brasil). Em discurso ontem (16) no lançamento da chapa de vereadores do MDB, Novo disse que montou "o maior exército da cidade de Teresina", se referindo a 240 pré-candidatos a vereador em seu palanque. Como se não bastasse isso, ainda arrematou dizendo que seu exército é "três vezes maior" que o de Sílvio.

"Nós somos um exército hoje de oito chapas com mais de 240 nomes. É o maior exército que está sendo montado na cidade de Teresina. Três vezes mais do que o outro, nosso concorrente", afirmou Fábio Novo.

| De verdes não têm nada

Neto do Angelim e Teresa Britto (Reprodução/Instagram)

A ex-deputada estadual Teresa Britto, presidente estadual do PV, tem atuação na defesa da causa ambiental e dos animais. Dito isso, não há que se discutir a identificação dela com a ideologia do Partido Verde. Contudo, a ex-deputada tem permitido a filiação de figuras que não têm nada a ver com a causa. Em 2022, deixou Jadyel Alencar, que nunca encampou causa nenhuma, se filiar ao partido. Agora foi a vez do vereador de Teresina Neto do Angelim, outro político que não entende nada de meio ambiente e que nunca leu uma linha do estatuto do PV.

| Marcelo não apareceu

Marcelo Castro (Foto: Júnior Santos/Lupa1)

O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (16) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse e o porte de qualquer tipo de droga ilícita no Brasil. Dos senadores piauienses, Ciro Nogueira (Progressistas) e Jussara Lima (PSD) votaram a favor da PEC. Já Marcelo Castro, que disse em entrevista ao Lupa1 que o Senado "não deve se preocupar com baseado de maconha" e considerou a proibição uma "grande bobagem", não apareceu para votar. Castro falou, falou, mas preferiu não ir dar o voto a favor da liberação da erva. Aprovada no Senado, a PEC vai agora passar pela Câmara dos Deputados.

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