Gustavo Almeida

Contrassenso: deputado Thales Coelho prestigia baixa no próprio partido

Filiado ao Progressistas, parlamentar celebrou saída de prefeito do partido dele para o MDB e ainda considerou “histórico”.

18 de março de 2024 às 09:10
5 min de leitura

A política vive tempos difíceis de entender. Os contrassensos são tamanhos que alguns casos chamam atenção. O deputado estadual Thales Coelho (Progressistas) foi ao município de Marcolândia neste fim de semana celebrar o que ele mesmo descreveu nas redes sociais como “dia histórico”. O curioso é o motivo.

Thales se refere à filiação do prefeito Corinto Matos ao MDB. O gestor está dando adeus ao Progressistas, partido de Thales, mesmo assim o deputado classificou o dia como “histórico” para Marcolândia. A saída de Corinto Matos representa mais uma baixa no Progressistas, que vem perdendo prefeitos para partidos da base do Governo Estadual.

Postagens do deputado Thales (Reprodução/Instagram)

Corinto vai disputar a reeleição e poderia ser mais um nome do Progressistas nas eleições municipais de 2024, porém, preferiu dar adeus à legenda.

Ao classificar como “histórico” uma baixa no próprio partido, o deputado Thales evidencia o quanto as relações políticas andam fragilizadas. O prefeito Corinto é apoiador de Thales e é claro que o deputado não vai perder um apoio só porque o gestor quis mudar de partido, porém, a celebração do ato pelo político do Progressistas poderia ter sido mais discreta.

Beneficiado

Corinto Matos foi um dos prefeitos mais beneficiados pelo mandato do senador Ciro Nogueira. Nas eleições de 2022 ele votou em peso na oposição. Com apoio do prefeito, Sílvio Mendes (União Brasil) venceu Rafael Fonteles (PT) na cidade por mais de 600 votos de maioria. Para senador, Joel Rodrigues (Progressistas) bateu Wellington Dias (PT) por mais de 1.500 votos de maioria, chegando a 63,23% dos votos válidos.

Thales e Ciro Nogueira (Reprodução/Instagram)

Thales foi o mais votado para deputado estadual e Júlio Arcoverde (Progressistas) o mais votado para deputado federal, ambos com apoio de Corinto. Na filiação ao MDB, o prefeito já apareceu na companhia do deputado federal emedebista Castro Neto.

Não é novidade

O comportamento do deputado Thales Coelho não surpreende. Em Picos, ele decidiu trabalhar contra a reeleição do prefeito Gil Paraibano, que é do Progressistas. O parlamentar alega ter sido traído por Gil e por isso, se opondo à candidatura do próprio partido, vai apoiar a candidatura do deputado estadual Pablo Santos (MDB) a prefeito.

OUTROS ASSUNTOS

| União por Teresina

Convite divulgado por Jeová (Reprodução/Instagram)

O deputado estadual Jeová Alencar (Republicanos), até aqui pré-candidato a prefeito de Teresina, espalhou convite a apoiadores e simpatizantes para o evento “União por Teresina”, a ser realizado na próxima quarta-feira (20). Nos bastidores, a informação é de que neste evento será anunciada a chapa Sílvio Mendes prefeito e Jeová Alencar vice. Em entrevistas recentes, Sílvio disse que seu vice seria anunciado até o fim deste mês.

| Lá e cá do prefeito

Antônio com lideranças do PSD (Reprodução/Instagram)

O prefeito de Floriano, Antônio Reis, parece ter dificuldades quando o assunto é decisão. O gestor vem flertando com o PSD de Georgiano Neto e Júlio César há meses, mas não bate o martelo. Mesmo após tirar fotos na semana passada dando a entender que acertou a filiação, ele ainda não confirma. Georgiano também não, e diz apenas que seguem “dialogando”. Como se não bastasse a indecisão partidária, Antônio Reis ainda não anunciou publicamente se vai ou não concorrer à reeleição. Todos os aliados – e até os adversários – entendem que ele será candidato, então, o que custa ele vir a público e dizer?

| Enterrou a Lava Jato

Marco Aurélio Mello (Foto: Carlos Moura/STF)

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, disse em entrevista ao Estadão publicada neste domingo (17) que o Supremo ajudou a enterrar a operação Lava Jato. “Sem dúvida alguma [ajudou a enterrar]. Quando se concluiu, por exemplo, que o juízo da 13ª Vara Federal do Paraná não seria competente, se esmoreceu o combate à corrupção. Aí talvez a colocação daquele senador da República (Romero Jucá), que disse que “precisamos estancar essa sangria”, acaba se mostrando procedente”, disse o ministro aposentado.

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