Gustavo Almeida

Adesão em 2024 para candidato proporcional em 2026: cai quem quer

Compromissos fechados por vereadores de Teresina para as eleições de 2026 antes mesmo das eleições municipais de 2024 não têm consistência.

31 de janeiro de 2024 às 09:28
5 min de leitura

Alguns vereadores de Teresina estão "fechando compromisso" com pretensos candidatos a deputado federal para as eleições de 2026. E os tais pretensos candidatos anunciam com pompa as benditas adesões.

Mas, quem conhece os vereadores de Teresina sabe que esses compromissos fechados com tanto tempo de antecedência são extremamente frágeis. Entre os muitos fatores que levam a essa fragilidade está a eleição municipal de 2024, que ainda está por acontecer. A depender do resultado dela, muita coisa pode mudar.

Ilustração: Thiago Fagundes/Agência Câmara

Como todos sabem, a grande maioria dos vereadores da capital só quer viver sob a sombra de governos. Diante dessa vergonhosa realidade, vamos a algumas hipóteses: no caso de Sílvio Mendes, por exemplo, vencer a eleição, muitos vão querer correr para o lado dele, pois não vivem muito tempo sem a Prefeitura.

E se o prefeito pedir, lá perto de 2026, que seus aliados não votem em determinado candidato a deputado do PT, por exemplo? Eles vão peitar o prefeito e abrir mão de cargos para manter o compromisso firmado quase três anos antes ou vão passar uma borracha no acordo? Essa é só uma das situações de fragilidade desses acordos tão antecipados.

E se o pretenso candidato a deputado que hoje mostra força não tiver essa mesma estrutura disponível lá em 2026? Os vereadores vão manter o compromisso para mostrar que são bons de palavra ou vão buscar outro nome para se encostar?

Em política, acordo feito com muita antecedência está sujeito a muita turbulência. Confia quem quer.

OUTROS ASSUNTOS

| Fim de prazo, fim de aliança

Aldo Gil e Gil Paraibano (Reprodução/Instagram)

O grupo do prefeito de Picos, Gil Paraibano (Progressistas), rompeu politicamente com o grupo do deputado Nerinho (PT) e do ex-prefeito Zé Neri, pondo fim a uma aliança que foi vitoriosa nas eleições de 2020. A atual vice-prefeita é Xandú Neri, irmã de Nerinho. Em coletiva de imprensa ontem (30), o deputado estadual Aldo Gil, filho do prefeito Gil Paraibano, explicou que um prazo havia sido dado para que Nerinho e Zé Neri decidissem se iriam seguir ou não com a Prefeitura nas eleições deste ano. Como o prazo venceu ontem e não houve sinalização, Gil e Aldo Gil convocaram a imprensa para comunicar o fim da aliança.

Não dava pra esperar

Aldo Gil, que está licenciado do mandato de deputado e exercendo o cargo de secretário de Saúde de Picos, disse que não fazia sentido o grupo de Gil Paraibano manter Nerinho e Zé Neri se beneficiando da gestão municipal até abril ou maio sem a certeza de que eles iriam ficar com o prefeito na eleição. Assim, decidiram encerrar a parceria.

| Sucessão em Prata do Piauí

Ex-vereador Chico Chagas (Reprodução/Instagram)

O ex-vereador Chico Chagas (PSB) é pré-candidato a prefeito do município de Prata do Piauí, a 140 km de Teresina. Na eleição passada, ele concorreu ao cargo de vice-prefeito do então prefeito Neguim Barbosa (PT), que não conseguiu se reeleger. Embora esteja no PSB, Chico avalia filiação ao MDB. O desafio no município é unificar a oposição, já que o ex-prefeito Neguim Barbosa não abre mão de ser candidato novamente. O atual prefeito é Neto Mendes, que era do Progressistas, ligado a Ciro Nogueira, e ano passado se filiou ao PSD.

Desunidos complica

Os opositores afirmam que a gestão do prefeito Neto Mendes anda mal das pernas e que o gestor está "queimado demais", porém, ele possui a máquina da prefeitura nas mãos. Embora Prata do Piauí só tenha reelegido um único prefeito em toda a sua história, a falta de entendimento na oposição beneficia o esquema político do prefeito.

| Disputa pelo PSDB

Luciano Nunes mantém discurso de pré-candidatura (Divulgação/Ascom)

Em meio ao impasse vivido pelo PSDB em Teresina, tem forças tentando ditar os rumos do partido junto à direção nacional. O senador Ciro Nogueira tenta manter a legenda na oposição na capital, sem candidatura própria e apoiando a pré-candidatura de Sílvio Mendes (União Brasil) a prefeito da capital. Por outro lado, líderes ligados ao Palácio de Karnak tentam influenciar a direção nacional tucana a fazer com que Luciano Nunes componha com o petista Fábio Novo. A executiva estadual do partido não comenta o assunto, mas está ciente dessas movimentações.

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