Índice da miséria: uma visão ampliada
Pesquisa da UFRJ aponta que miséria aumentou no governo Bolsonaro.
O economista americano Arthur Okun criou, em 1970, o Índice da Miséria. O indicador se ampara em dois elementos: a inflação e o desemprego, ambos costumam punir fortemente os mais pobres e seus impactos são inquestionáveis.
Recentemente, no entanto, em estudo coordenado pelo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, João Sabóia, o instituto de economia introduziu novos elementos para acompanhar e mensurar a miséria. Assim, passaram a ser considerados também o rendimento do trabalho, a inadimplência e a subutilização da mão de obra.
Numa escala de 0 a 100, quanto maior for o indicador, pior ele será e maior a miséria. Tomando o valor médio dos últimos presidentes, o resultado foi o seguinte:
- Jair Bolsonaro – 62
- Michel Temer – 54
- Dilma Rousseff– 36
A concentração de renda aumentou
O estudo também apontou que a renda dos 20% mais pobres da população brasileira caiu 23% entre 2021 e 2022. Já a média geral da população do país decaiu em 7%; uma significativa diferença.
A renda dos 20% mais ricos, em 2021, equivalia a 21,1 vezes aquela dos 20% mais pobres. Em 2020, a relação era de 16,9 vezes.
Moral da história: a pandemia prejudicou a todos, porém muito mais os pobres.
A população se endividou como nunca
O mesmo trabalho constatou que foi batido recorde de devedores no país: 66 milhões de pessoas. Trata-se do maior contingente verificado na série histórica da Serasa.
Com tamanho endividamento e juros nas alturas, fica difícil acreditar em crescimento econômico. É como um automóvel que está com o freio de mão ligado: não sai do lugar.