Garis fazem manifestação após soltura do acusado de agredir trabalhadora em Teresina

Motorista proferiu xingamentos contra garis e agrediu uma delas na última quinta-feira (6).

Vários trabalhadores da limpeza pública de Teresina realizaram uma manifestação na manhã deste sábado (8), em protesto contra a soltura do motorista José Ronilson da Silva Ribeiro. Ele é acusado de ofender verbalmente cinco garis e de agredir uma delas com um tapa.

 

Manifestação de Garis em Teresina- Foto: Reprodução

Os manifestantes se reuniram em frente ao Batalhão de Rondas Ostensivas de Natureza Especial (RONE), na zona Norte da capital. Carregando cartazes e entoando palavras de ordem, eles percorreram algumas ruas exigindo justiça e respeito aos trabalhadores da limpeza pública.

Após o crime, o motorista chegou a ser preso em flagrante, mas foi solto pouco tempo depois. A advogada das vítimas informou que ele pode responder por lesão corporal leve, cuja pena pode chegar a quatro anos de prisão, além do crime de injúria.

“Estamos tentando enquadrar o caso como lesão corporal, pois as vítimas são mulheres. Elas estavam em uma situação de vulnerabilidade devido à natureza do trabalho, que infelizmente não recebe o devido reconhecimento da sociedade. Acreditamos que o agressor agiu dessa forma justamente pelo fato de serem mulheres. Por isso, buscamos encaminhar o caso para a Delegacia da Mulher”, explicou a advogada.

O caso

Na última quinta-feira (6), um motorista proferiu xingamentos contra trabalhadoras da limpeza pública de Teresina e agrediu uma delas com um tapa no rosto. O homem invadiu a área interditada para a realização de uma limpeza na região do Cemitério São José, na zona Norte da capital.

 

Motorista xinga e agride gari em Teresina- Foto: TV Lupa1

Em entrevista à TV Lupa1, Éricka Dayane, uma das vítimas da agressão, relatou que o motorista desrespeitou os cones de sinalização, colocados para impedir a passagem de veículos e pedestres. Segundo Éricka, ele tentou atropelar suas colegas de trabalho e, ao ser questionado sobre a atitude, iniciou uma discussão, que culminou na agressão.

“Eu conversei com ele, expliquei que a rua estava interditada porque havia muito lixo e que estávamos trabalhando. Chegamos às 7h20 para remover o lixo, e ele ficou o tempo todo acelerando o carro. Expliquei que aquele cone sairia do nosso bolso e que ele não poderia passar ali. Foi quando ele me deu um tapa no rosto. Desmaiei na hora, e as meninas me ajudaram”, contou Éricka.