Política

Ministério da Saúde contradiz afirmações de Marcelo Queiroga

No site e em redes sociais, Ministério da Saúde afirma que importou sim doses da Covaxin e Sputnik

24 de junho de 2021 às 15:04
3 min de leitura

Antes de abandonar uma entrevista nesta quarta-feira 23, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, negou ter comprado doses das vacinas Covaxin e Sputink V. Os imunizantes, porém, constam no calendário oficial de entregas para 2021 e entram na contagem oficial de mais de 660 milhões de unidades adquiridas pelo Brasil. A informação está disponível no site do Ministério da Saúde dedicado exclusivamente à vacinação no País.

A negociação da Covaxin está sendo investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela CPI da Covid-19. Queiroga, por sua vez, afirmou que o governo não comprará a vacina. “Não foi pago um centavo e nem vai ser”, anunciou. “Estamos trabalhando para antecipar as doses das vacinas que têm registro definitivo ou emergencial na Anvisa. A Covaxin está na rubrica da Sputnik, mesma coisa. Então não é motivo de preocupação para o ministro da Saúde”, finalizou. Na quarta-feira, 23, Queiroga encerrou uma entrevista após ser questionado se o imunizante será comprado pelo preço que foi negociado, mais caro do que o de outras vacinas. “Eu falei em que idioma? Eu falei português. Não foi comprada uma dose sequer da vacina Covaxin nem da Sputnik”, disse.

A compra de 20 milhões de doses da Covaxin também aparece em publicidades oficiais do governo nos últimos meses. Em fevereiro, o perfil oficial do Ministério da Saúde confirmava a aquisição feita pelo acordo fechado com a Precisa Medicamentos. Na ocasião, a pasta informou que as doses seriam entregues entre os meses de março e maio, o que não ocorreu. A notícia também foi publicada em outros sites oficiais do governo. A compra das doses da Covaxin também foi confirmada pelo Ministério da Saúde ao Congresso há cerca de um mês.

Contraindicações da Covaxin e Sputnik V

Em razão de incertezas técnicas contidas na documentação das vacinas Sputnik V e Covaxin, a Anvisa decidiu somente pela aprovação da importação, desde que sejam seguidos alguns protocolos para uso controlado dos imunizantes.

Ainda será exigido, no caso da Sputnik V, que seja realizado um estudo de efetividade da vacina, visto que o relatório da autoridade russa tem dados limitados de segurança e evidências de risco considerando os componentes de primeira e segunda dose, caso do adenovírus replicante apontado pela agência em abril.

No caso da Covaxin, são aguardados os resultados de imunogenicidade e relatório clínico de segurança da vacina. Pela falta de dados sobre a estabilidade, os frascos da Covaxin deverão ser utilizados por inteiro, imediatamente. Caso a fabricante comprove que as doses podem ser armazenadas por mais tempo, a orientação será adaptada. A vacina também terá limitada a quantidade de doses a 1% da população brasileira, uma vez que o objetivo é exigir um plano de gerenciamento de risco no uso dos produtos ao primeiro sinal de alerta.

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