Positividade nos resultados de testes de Covid-19 sobe de 3% para 37% em janeiro
Segundo a Fiocruz, ao longo de janeiro o número cresceu 195%, em comparação com a média das oito semanas anteriores.
Nesta terça-feira (01) a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou que aumentou o número de testes RT-PCR positivos para covid-19 analisados em seus laboratórios. Conforme dados da fundação, em dezembro de 2021, a cada 100 testes analisados, 3 davam positivos, em janeiro de 2022, cada 100 testes, 37 são positivos.
O levantamento mostra que as três centrais de Grande Processamento da Fiocruz, no Rio de Janeiro, Ceará e Paraná, registraram aumento na quantidade de testes positivos.
A Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 baseada no Rio de Janeiro (Unadig-RJ), que processa amostras do próprio estado, do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, saiu de 2% de testes positivos em dezembro, quando foram processados 52 mil exames, para 37% em janeiro de 2022, com 88 mil amostras analisadas.
Na unidade baseada no Ceará, que analisa amostras do próprio estado, Santa Catarina e São Paulo, o percentual de testes com resultado positivo aumentou de 4%, em um universo de 13 mil testes, para 40%, em 58 mil amostras.
No Paraná, onde são processadas somente amostras do próprio estado, a positividade subiu de 4% para 35%, enquanto o número de testes processados aumentou de 65 mil, em dezembro, para 120 mil até 24 de janeiro.
O número de testes realizados estava em uma trajetória de queda no mês de dezembro. Ao longo de janeiro, porém, o número cresceu de forma acelerada até chegar a 121 mil apenas na terceira semana epidemiológica (16 a 22 de janeiro), o que representa um aumento de 195% na comparação com a média das oito semanas anteriores.
Desde o início da pandemia, as centrais da Fiocruz já processaram mais de 9,5 milhões de exames RT-PCR em apoio ao Ministério da Saúde, atendendo a 23 unidades da federação. O teste RT-PCR é considerado padrão ouro para detecção do SARS-CoV-2 e também é o ideal para diagnosticar pessoas assintomáticas e com baixa carga viral.
Para a coordenadora-geral da Unadig, Erika de Carvalho, o contexto de confraternizações de fim de ano e relaxamento das medidas de isolamento social após o avanço da vacinação ajudam a explicar o aumento de casos.
“Isso fez com que a Ômicron expandisse e contaminasse uma quantidade tão grande de pessoas. Sabemos que ela é uma cepa cujo contágio é mais fácil e isso explica bem os números”, disse a pesquisadora.