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Pandemia prejudica saúde mental de profissionais da linha de frente; diz pesquisa

De acordo com a OMS, desde 2017 o Brasil tem o maior índice de pessoas com transtornos de ansiedade em todo o mundo.

27 de maio de 2021 às 16:56
2 min de leitura

Uma pesquisa do Núcleo de Estudos da Burocracia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) ouviu 1.829 profissionais de diversos campos da área de saúde em todas as partes do país e 80% deles disseram que tiveram algum problema de saúde mental ao longo do último ano. Esse aumento exponencial de casos de ansiedade em profissionais de saúde é evidenciado pelo constante estresse no qual são submetidos.

A mudança brusca da rotina, o isolamento social e a sobrecarga de plantões contribuem para um quadro no qual os técnicos sentem o verdadeiro impacto de muitas vezes ter que escolher entre uma vida ou outra. A superlotação dos hospitais e a taxa de mortalidade atual do Covid levam a demanda extrema por leitos e agentes, que acabam por arriscar sua saúde em detrimento da saúde do outro.

No Piauí, esse quadro se agrava, visto que o estado já tem um péssimo histórico com transtornos mentais, ocupando 5º lugar no ranking nacional. Além disso, vale ressaltar que o preconceito em relação ao tema prejudica e agrava o cenário de quem já tem predisposição e que diariamente entra em contato com a Covid-19, a morte e constante isolamento social.

Durante o funcionamento dos hospitais de Campanha no Piauí, algumas técnicas eram adotadas para amenizar os impactos na saúde mental dos profissionais da saúde. Eduardo Moita e os demais psicólogos que atuaram no Hospital de Campanha Padre Pedro Balzi, afirmam que eram promovidas conversas constantes com todo o corpo de funcionários que lidavam diretamente com os pacientes.

“Elaborávamos normas técnicas, que incluíam, por exemplo: orientar enfermeiros e maqueiros na abordagem de pacientes que chegavam. Aconselhamos os profissionais a se aproximarem, se abaixar até a altura dos olhos, se apresentarem e dizerem que estão ali para dar todo o apoio necessário, e isso deu bons resultados”, esclareceu Eduardo Moita.

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