LESA PÁTRIA: PF cumpre mandado contra empresário Demóstenes Ribeiro por ordem do STF
Ação aconteceu no apartamento de Demóstenes e faz parte da 21ª edição da operação “Lesa-Pátria”, da Polícia Federal.
O apartamento do empresário do setor de academias, Demóstenes Ribeiro, foi alvo, na manhã desta terça-feira,28, de uma operação da Polícia Federal, cumprindo mandado de busca e apreensão, por ordem do Ministro do STF, Alexandre de Moraes.
A ação no apartamento de Demóstenes faz parte da 21ª edição da operação “Lesa-Pátria" e trata de colher provas que possam atestar envolvimento na incitação, através das redes sociais, para que pessoas simpatizantes ao ex-presidente Jair Bolsonaro participassem do ato de vandalismo ocorrido no dia 08 de Janeiro, nas sedes dos três poderes, em Brasília.
Demóstenes não estava no apartamento na hora da operação. O mesmo saiu de casa antes das 6 da manhã, horário comum as operações, pois tem como rotina sair mais cedo para abrir a a sua academia.
Ao receber ligação informando sobre a operação, Demóstenes decidiu comparecer à sede da PF e prestou depoimento.
O empresário manteve fortes ligações com defensores de Bolsonaro, entre eles a presidente do PL, Samantha Cavalca, e com o então candidato ao governo, em 2022, Coronel Diego. Por fim, chegou a ser candidato a deputado estadual pelo partido de Bolsonaro.
Na Polícia Federal, Demóstenes negou qualquer participação ou envolvimento nos referidos atos de violência antidemocráticos. Afirmou ser veementemente contra qualquer forma de violência e disse prezar pela ordem e respeito às instituições democráticas.
Afirmou reconhecer a seriedade do processo eleitoral e disse que respeita o resultado das urnas e das instituições democráticas.
Demóstenes disse hoje a pessoas próximas e também escreveu um manifesto e enviou a amigos onde diz que acredita que esta ação seja mais um episódio de retaliação política por conta das opiniões políticas que ele expressa em redes sociais.
Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Federal a operação cumpriu 5 mandados em Teresina, sendo 4 de busca e apreensão e uma prisão preventiva .
O Lupa1 buscou levantar os demais nomes, alvos da mesma operação, mas não tivemos êxito.
Demóstenes enviou nota de esclarecimento aos moradores do condomínio onde reside e a nota vazou em grupos de WhatsApp.
Leia a nota:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Prezados moradores,
Gostaria de informar e esclarecer a todos sobre o episódio ocorrido em minha residência nesta manhã do dia 28/novembro/2023, envolvendo uma operação da polícia federal em cumprimento a um mandado de busca e apreensão emitido pelo Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Hoje, como de costume, seguindo minha rotina de mais de 35 anos de atividade profissional, e a cartilha do trabalhador honesto brasileiro, eu saí normalmente de casa às 04:50 horas da manhã, para abrir minha empresa, que leva o meu nome (Academia Demóstenes Ribeiro), e iniciar mais um dia de trabalho honrado. Por esse motivo eu não me encontrava em casa no momento do ocorrido.
Isso mesmo, diariamente eu acordo e saio para trabalhar dignamente mais cedo do que o início das operações policiais.
Por volta das 06h da manhã, recebi a surpreendente ligação da minha família noticiando que nossa residência foi invadida alvo de uma operação da polícia federal, realizando cumprimento de mandado de busca e apreensão exarado pelo Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com objetivo de apurar meu suposto envolvimento na incitação de piauienses para que participassem dos atos de vandalismo ocorridos na Praça dos Três Poderes, no dia 08/janeiro/2023.
Posteriormente, compareci na sede da Polícia Federal e apresentei espontaneamente meu celular para que fosse devidamente periciado. Apesar do prejuízo e do impacto profissional, estou certo que com o resultado da perícia a verdade prevalecerá.
Quero enfatizar categoricamente que nego qualquer participação ou envolvimento nos referidos atos de violência, ditos antidemocráticos. Sou veementemente contra qualquer forma de violência e prezo pela ordem e respeito às instituições democráticas.
Reconheço a seriedade do processo eleitoral e respeito o resultado das urnas e das instituições democráticas, apesar das críticas que posso expressar em relação a elas. Acredito que esta ação pode ser mais um episódio de retaliação política devido às minhas opiniões políticas, mas reitero minha confiança nas instituições que apuram os fatos na busca pela verdade e certamente chegarão à conclusão da minha integridade.
Renovo meu compromisso com a transparência e a verdade, estou à disposição de todos para quaisquer dúvidas que possam surgir, especialmente para cooperar com as autoridades na elucidação dos fatos.
Agradeço a compreensão de todos neste momento delicado.
Atenciosamente,
Demóstenes Rodrigues Ribeiro
Veja nota da Polícia Federal sobre a operação:
PF deflagra a 21ª fase da Operação Lesa Pátria
Etapa visa à prisão e identificação de pessoas que incitaram e participaram dos ataques de 8/1
Brasília/DF. A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 28/11 a 21ª fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar as pessoas que incitaram, participaram e fomentaram os fatos ocorridos em 8/1, em Brasília/DF, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por indivíduos que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos daquelas Instituições.
Esta fase busca cumprir medidas judiciais em relação a sete investigados, todas expedidas pelo Supremo Tribunal. As medidas estão sendo cumpridas em Niquelândia/GO (2) e Teresina/PI (5). Dentre as medidas expedidas, estão sete buscas e apreensões e uma prisão preventiva.
Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo.
As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.
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