Em entrevista coletiva, o delegado Anchieta Nery, da Polícia Civil do Piauí, detalhou a operação interestadual que culminou na prisão de Ítalo, considerado o mentor do sequestro de um adolescente no município de Monsenhor Gil.
O crime, que chocou o estado por sua gravidade e ousadia, foi solucionado em tempo recorde graças ao trabalho integrado das forças de segurança.
“Foi uma ocorrência que não acontecia há 20 anos no nosso estado e não vai se repetir. E se acontecer novamente, a resposta precisa ser ainda mais rápida. Essa é a cobrança do nosso secretário Chico Lucas”, afirmou o delegado.
O sequestro ocorreu em junho e a vítima foi resgatada em menos de 24 horas. A investigação começou com prisões em flagrante e, em dez dias, o inquérito foi concluído, com o indiciamento de oito pessoas.
Ítalo havia conseguido fugir do cerco policial, mas foi monitorado e capturado nesta semana em Campinas, São Paulo, com o apoio da ROTA (PM-SP), após levantamento minucioso das equipes da Polícia Civil e denúncias da população.
“Foi uma resposta rápida e firme da segurança”, diz delegado Anchieta sobre prisão de sequestrador - Foto: Lupa1
“Foi graças aos recursos tecnológicos e ao apoio da população que conseguimos monitorá-lo. Cidadãos de Monsenhor Gil, Demerval Lobão, Nazária nos enviaram informações anônimas pelo BOFAST, e quero aproveitar para informar que o número 181 para denúncias anônimas já está reativado. Nós não gravamos, não identificamos o remetente, só queremos a sua ajuda”, explicou Anchieta.
Ítalo já era monitorado por outras infrações e possuía outro mandado de prisão em aberto por rompimento de tornozeleira eletrônica. Segundo o delegado, ele deverá cumprir pena pelos crimes cometidos no Piauí, onde será recambiado.
Durante a coletiva, o delegado também revelou detalhes sobre o perfil dos envolvidos.
“Eram amigos, pessoas que cresceram juntas em Monsenhor Gil. Algumas mulheres que participaram são esposas dos autores, e um deles foi trazido da Bahia exclusivamente para participar do crime”, detalhou.
Anchieta fez ainda uma declaração firme sobre a atuação da segurança pública.
“O crime não está compensando no Piauí. Vai compensar cada vez menos. A gente sabe quem são os criminosos, conhece os rostos e conversa sobre eles todos os dias. Nosso trabalho é legal, técnico e firme. Essa foi uma resposta clara da Polícia Civil e da Polícia Militar ao crime organizado”, disse.
O delegado finalizou afirmando que o segundo semestre será de intensificação nas ações de segurança pública no estado, com foco no combate a organizações criminosas.