A Polícia Civil do Piauí concluiu o inquérito sobre a morte de Alice Borges Barroso, de 25 anos, e indiciou o ex-namorado da jovem, identificado como Darlan Oliveira, pelo crime de feminicídio. A Justiça converteu a prisão do suspeito de temporária para preventiva nesta terça-feira (6), após a conclusão do inquérito.
O caso, inicialmente tratado como possível suicídio, passou a ser investigado como homicídio após o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontar que Alice morreu por asfixia mecânica, causada por esganadura. O exame identificou duas equimoses na região anterior do pescoço da vítima, descartando a hipótese de afogamento.
A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher e Grupos Vulneráveis (DEAMGV) de Campo Maior, responsável pelo caso, também apurou que Alice já havia sido vítima de agressões anteriores por parte do investigado. Documentos e depoimentos de testemunhas confirmaram um histórico de violência doméstica, com relatos de abusos físicos e psicológicos cometidos por Darlan ao longo do relacionamento.
O crime foi agravado pelo uso de meio cruel e pelo fato de Alice ser mãe de duas crianças. O suspeito está preso desde o dia 22 de abril.
O caso
Alice Borges foi dada como desaparecida no sábado, 19 de abril. Segundo familiares, ela foi vista pela última vez nas margens de um rio, onde teria caído na água. O corpo da jovem foi encontrado por moradores da região no dia seguinte, próximo ao local onde também foram achadas roupas femininas, possivelmente pertencentes a ela. A área foi isolada para a realização da perícia.
A vítima possuía uma medida protetiva contra o ex-companheiro, o que reforça a gravidade do caso e levanta novamente o alerta sobre a importância do cumprimento efetivo de mecanismos legais de proteção à mulher.