Política

Rafael vai ressaltar importância de voto em senadores da base, mas não vai passar disso

O governador tem uma reeleição pessoal em jogo e não vai radicalizar com prefeitos e deputados que vão misturar votos para o Senado.

30 de junho de 2025 às 12:35
5 min de leitura

(BRASÍLIA - DF) - A eleição do próximo ano, no Piaui, pelo que se enxerga hoje, será relativamente tranquila para o atual governador Rafael Fonteles. Apesar de nomes como o da ex-vice governadora Margarete Coelho e do ex-deputado federal Mainha estarem lançados e serem bons nomes, a realidade mostra que a Rafael não terá muitas dificuldades para se reeleger e também em formar uma boa base parlamentar, tanto estadual quanto federal.

A oposição, neste momento, foca em eleger Ciro Nogueira ao Senado, manter nomes como os de Júlio Arcoverde e Átila Lira, na Câmara Federal, e trazer novos quadros oposicionistas para a Assembleia Legislativa, após as saídas de nomes importantes para a base do governo. É para 2030 que a oposição quer preparar o bote e tomar o Karnak.


"Para 2026 o que está pegando mesmo, além das questões internas da base governista (vaga para vice) é o fato de que o senador Ciro Nogueira se tornou suprapartidário para uma esmagadora maioria de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais e até para alguns secretários de Rafael. Ciro desenvolveu uma estratégia de não fazer diferença entre quem seria beneficiado com suas ações e a estratégia foi mais que acertada. Nesse momento, sem qualquer dificuldade, se consegue ouvir, em viva-voz, prefeitos do PT, MDB e PSD dizerem que “estão com Rafael, mas votam também em Ciro".

Essa afirmação deixa claro que Ciro será o primeiro voto de prefeitos do seu partido, o Progressistas, mas será o segundo voto de muitos prefeitos da base governista. Da mesma forma, certamente, acontecerá com Marcelo Castro e Julio César, no beneficio reverso, contudo a vantagem de Ciro fica evidente, pois será o segundo voto da maioria dos eleitores de Marcelo e também de Júlio César.

A oposição pode lançar outro candidato ao senado, que terá um pefil de defensor ferrenho do ex-presidente Jair Bolsonaro, para reforçar o discurso antigoverno. Uma espécie de candidatura de posicionamento, de marcação de posição, mas que não será, em momento algum, uma barreira para que Ciro faça dupla com Marcelo e Júlio em muitas regiões.

O governador, vendo todo esse movimento, se antecipou e afirmou que os nomes da base são Marcelo Castro(MDB) e Júlio César(PSD), mas não fez qualquer discurso de reprimenda a prefeitos, deputados e até secretários de estado que já declararam que votarão em Ciro. Não fez e, certamente, não fará. Se limitará aos discursos já prontos onde dirá que “a base tem que ficar unida”.

Nada mais que isso, pois não quer colocar em xeque a sua própria caminhada rumo a reeleição. É mexer em vespeiro e não há razão para assim agir, já que esses votos, inclusive muitos de Ciro, originários do Progressistas, serão de Rafael para governador.

A salada é mista, os prefeitos estão gostando da disputa e estão tirando o melhor proveito dela. Ao final deverão fazer a devolutiva que já deixaram claro que farão. O risco iminente da base governista, já discutido internamente, é escorregar em um dos dois nomes.

O mais hábil entre eles tem sido Marcelo Castro. O senador tem tido muitos encontros coincidentes com Ciro, em diversos eventos Piauí afora. O mais recente foi na última sexta-feira, no São João da cidade de Parnaíba, onde o prefeito da cidade, Francisco Emanuel, já deixou claro que vota em Ciro e em Marcelo.

Os vereadores da cidade, em larga maioria, também afirmam o mesmo. Júlio Cesar, por outro lado, espera resultados da defesa da pauta municipalista, porém divide esse eleitorado com o Ciro, que tem se mantido claramente próximo aos prefeitos.

A pergunta que fica é: Alguém duvida que 2026 já começou?

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