Política

CPI prende ex-diretor do Ministério da Saúde acusado de pedir propina

A decisão ocorreu sob alegação de que Roberto Dias mentiu várias vezes durante depoimento ao colegiado.

07 de julho de 2021 às 19:19
3 min de leitura

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Pandemia, deu ordem de prisão ao ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, durante a sessão destaquarta-feira (07).

A decisão ocorreu sob alegação de que Roberto Dias mentiu várias vezes durante depoimento ao colegiado.

Roberto Ferreira Dias

“Ele vai ser recolhido agora pela polícia do senado. Ele está mentindo desde a manhã, dei chance para ele o tempo todo. Pedi por favor, pedi várias vezes. E tem coisas que não dá para… os áudio que nós temos do Dominghetti são claros”, afirmou o presidente do colegiado.

A decisão provocou indignação da advogada de Roberto Dias, e contradições entre senadores.O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado Federal, chamou atenção para o fato de que o presidente da casa legislativa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já havia aberto a ordem do dia, impedindo a continuidade dos trabalhos das comissões.

O senador Marcos Rogério (DEM-RO) disse que a prisão configurava “abuso de autoridade”, e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) relatou que a detenção representava uma incoerência, pois outros depoentes que mentiram não foram presos. A posição foi apoiada por Otto Alencar (PSD-BA).

"Tenho sido desrespeitado todos os dias com historinha aqui. Não aceito que a CPI vire chacota. Temos 527 mil mortos, e os cara brincando de negociar vacina. Por que ele não teve esse empenho para comprar a Pfizer que era de responsabilidade dele naquela época?! Ele está preso por mentir, por perjúrio. Se eu estiver tendo abuso de autoridade, que a advogada dele ou que qualquer outro senador me processe. Ele vai ser detido agora. Isso que está acontecendo não vai acontecer mais. Ele que recorra na Justiça, mas ele está preso e a sessão está encerrada. Pode levar", disse o senador Omar Aziz.

Roberto Dias foi exonerado do cargo de diretor de logística do Ministério da Saúde em junho, após ser acusado de pedir propina para autorizar a compra da vacina AstraZeneca. A denúncia foi feita pelo policial militar Luiz Paulo Dominghetti, representante da empresa Davati Medical Supply.

Em depoimento à CPI, Dominghetti havia dito que recebeu um pedido de propina de Roberto Dias para liberar a compra de 400 milhões de doses do imunizante. O diretor teria cobrado US$ 1,00 por dose para negociar vacinas ao governo federal.


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