Prefeitura de Oeiras pagou R$ 4,5 milhões a empresa investigada em operação da PF, aponta CGU
Advogados do vereador Alan Brandão estão com um pedido de devolução da quantia apreendida em seu escritório.
A Controladoria Geral da União (CGU) apontou em uma nota que a Prefeitura de Oeiras pagou cerca de R$ 4,5 milhões ao escritório de contabilidade do vereador Alan Brandão (PDR), em Teresina. O escritório foi alvo da Operação Conectados, deflagrada nesta terça-feira (30), pela Polícia Federal.
Segundo a nota, a prefeitura teria pagado a quantia a empresa para fornecimento de suprimentos e equipamentos de informática.
De acordo com a auditoria da CGU, os recursos foram desviados da Fundação Nacional de Saúde (FNS), Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e do Fundo Municipal de Assistência Social (FMAS).
O proprietário seria um “laranja” com “vínculos entre este e uma empresa de contabilidade sediada em Teresina, que também teve participação nas fraudes aos processos licitatórios”, disse a CGU.
No escritório, a PF apreendeu uma quantia de R$ 1,6 milhão. Horas depois da operação, os advogados do vereador entraram com pedido de restituição do dinheiro encontrado no escritório, alegando se tratar de saldo da venda de um imóvel e dois veículos.
Operação Conectados
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (30/4), a “Operação Conectados”, com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), com o objetivo de combater desvios de recursos públicos federais destinados à saúde, educação e assistência social repassados a municípios do estado do Piauí. Durante as buscas, a PF apreendeu uma quantia de R$ 1,6 milhão no escritório de contabilidade do vereador Alan Brandão (PRD), de Teresina.
A operação mobilizou 40 policiais federais, com o apoio de quatro auditores da CGU, para o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão e de sequestro de bens e valores, sendo nove na cidade de Teresina e dois no município de Oeiras. Todas as medidas judiciais foram expedidas pela Vara Federal Cível e Criminal da Subseção Judiciária de Floriano.
A investigação se iniciou a partir de relatório da CGU apontando indícios de fraude e direcionamento das contratações em benefício de uma empresa, que foi recentemente constituída com sede na capital e já foi vencedora de diversas disputas públicas em municípios piauienses.