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Arqueóloga Niède Guidon é contemplada com o Prêmio Almirante Álvaro Alberto

Niède já identificou mais de 700 sítios pré-históricos, entre os quais 426 paredes de pinturas antigas e evidências de habitações humanas antigas.

10 de abril de 2024 às 14:14
6 min de leitura

A bolsista de Produtividade em Pesquisa Sênior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Diretora Presidente Emérita da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), Niède Guidon, será a laureada da edição 2024 do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia, concedido pelo CNPq em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e com apoio da Marinha do Brasil. A cerimônia de premiação será na Escola Naval do Rio de Janeiro, dia 8 de maio de 2024.

Historiadora Niède Guidon - Foto: Reprodução/ Nossa Ciência

Graduada em História Natural pela Universidade de São Paulo, em 1959, e com doutorado em Pré-História, realizado na Université Paris 1 Pantheon-Sorbonne (1975), Guidon foi Diretora-Principal da FUMDHAM de 1986 a 2019 e é membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Ao longo de sua carreira, ela identificou mais de 700 sítios pré-históricos, entre os quais 426 paredes de pinturas antigas e evidências de habitações humanas antigas no Parque Nacional Serra de Capivara, no Piauí.

Responsável pela preservação, desenvolvimento e gestão desse parque, bem como pela proteção da flora e fauna ameaçadas de extinção, Guidon criou no parque um centro cultural e museu, além da FUMDHAM, no município piauiense de São Raimundo Nonato.

Reconhecendo a importância da participação local para o desenvolvimento social, a pesquisadora criou núcleos de apoio comunitário que prestam serviços sociais e cuidados de saúde e educação às comunidades locais, bem como treinam pessoal local em ecologia, restauro e pré-história.

Com seus estudos, Guidon gravou mais de 35 mil imagens, publicou mais de 100 artigos e formou número relevante de alunos de pós-graduação. Ela também foi premiada diversas vezes.

Em 2005, recebeu a Ordem do Mérito Científico, Grã-Cruz, do MCTI; o Green Prize, Paliber; e o Prêmio Príncipe Klaus, esse último concedido pelo governo holandês.

Em 2013, recebeu o Prêmio Fundação Conrado Wessel de Cultura.

Em 2014, por sua vez, Guidon foi agraciada com o prêmio Cientista do Ano, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), e com o Prêmio Chevalier de La Légion d'Honneur, do governo francês. Por sua defesa à sustentabilidade, a pesquisadora recebeu, ainda, homenagem em 2010, no 5º Fórum Mundial de Meio Ambiente.

O Prêmio Álvaro Alberto constitui um reconhecimento aos cientistas brasileiros que contribuíram de forma significativa para a ciência e tecnologia do país e é concedido em caráter individual e indivisível, de forma anual, em sistema de rodízio, a uma das três grandes áreas do conhecimento: Ciências da Vida; Ciências da Terra e Engenharias; e Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes, área contemplada na edição de 2024.

Na mesma cerimônia de entrega do Prêmio Álvaro Alberto, também ocorrerá a premiação dos contemplados este ano com a Menção Especial de Agradecimento e com o título de Pesquisador Emérito do CNPq.

Instituída em 2005, a Menção Especial de Agradecimentos constitui reconhecimento a pessoas físicas ou jurídicas pelos serviços significativos prestados ao crescimento, desenvolvimento, aprimoramento e divulgação do CNPq no ano anterior à entrega da Menção. O título de Pesquisador Emérito, por seu turno, é outorgado aos pesquisadores brasileiros ou estrangeiros radicados no Brasil como reconhecimento do conjunto das respectivas obras científico-tecnológicas e do prestígio junto à comunidade científica.

Em 2024, recebem a Menção Especial de Agradecimentos a Deputada Federal pelo estado do Rio Grande do Sul e autora do Requerimento n° 428/2024, para instituição de Frente Parlamentar em defesa das universidades públicas, Maria do Rosário Nunes; a Senadora pelo estado de Pernambuco e membro titular da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informática, Maria Teresa Leitão de Melo; a bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, professora da Universidade de Brasília (UnB) e ex-presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Mercedes Bustamante; e uma pessoa jurídica, o Ministério da Igualdade Racial.

Entre os contemplados com o título de Pesquisador Emérito estão dois estudiosos que serão agraciados de forma póstuma: Antônio Ricardo Droher Rodrigues, pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), e Clóvis Caesar Gonzaga, que era professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Os demais agraciados com o título são o ex-presidente do CNPq e membro da Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA), Evaldo Ferreira Vilela; Josefa Salete Barbosa Cavalcanti, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Pedro Alberto Morettin, da Universidade de São Paulo (USP/IME); e Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses, também da USP.

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