Gustavo Almeida

Um combo de coisas esdrúxulas na sucessão municipal em Teresina

Capital do Piauí está “inovando” com situações que fogem à normalidade no processo eleitoral.

28 de fevereiro de 2024 às 11:35
4 min de leitura

A sucessão municipal em Teresina em 2024 gerou, até aqui, situações que foram além do normal na política. Estamos vendo um amontoado de coisas "fora do lugar", um combo de cenários no mínimo esdrúxulos.

Prefeitura de Teresina (Foto: Júnior Santos/Lupa1)

Primeiro, um prefeito que está no poder e tem direito à reeleição, mas não figura sequer entre os três nomes mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais. O prefeito Dr. Pessoa tem sido, até aqui, ignorado pelas estratégias políticas dos adversários e a maioria avalia que ele passará à margem do processo sucessório.

Outra situação esquisita é que o líder do prefeito na Câmara Municipal é o mais fiel escudeiro de um dos adversários do gestor municipal. Nesta semana, o deputado estadual e pré-candidato Jeová Alencar disse que o vereador Antônio José Lira, líder do prefeito na Câmara, está no seu time para as eleições de 2024.

Vemos também vereadores e partidos que ficaram três anos apoiando, defendendo e passando pano a gestão de Dr. Pessoa agora falarem que defendem a "reconstrução" da cidade. Na visão deles, a gestão da qual fizeram parte com tanto gosto e afinco destruiu Teresina e agora é preciso reconstruí-la.

Tivemos ainda outra situação que causou espécie: pré-candidato compartilhando cenário de pesquisa eleitoral em que ele e outro pré-candidato, em tese adversários, venceriam a eleição se formassem uma chapa juntos. Jeová Alencar comemorou essa semana nas redes sociais números de uma pesquisa em que ele, tendo Sílvio Mendes de vice, venceria a eleição. Sílvio assegura, de forma repetida, que é candidato a prefeito e o resto é boato.

No ritmo que vai, daqui pra outubro ainda vamos ver muita marmota.

OUTROS ASSUNTOS

| Algo em troca

Sen. Ciro Nogueira (Foto: Gustavo Almeida/Lupa1)

Na política nenhum acordo acontece sem algo em troca. Na disputa pelos destinos do PSDB em Teresina, essa realidade está mais uma vez evidenciada. Com a interferência do senador Ciro Nogueira, a direção nacional do partido se dispõe a deixar o comando da sigla com o grupo de Sílvio Mendes, mas, claro, quer algo em troca. O alto comando do tucanato quer que Ciro ceda um parlamentar do Progressistas para o PSDB no Rio de Janeiro. Ciro não faz questão de atender o pedido para ajudar os tucanos silvistas, porém, nem mesmo o deputado que o PSDB deseja no Rio quer mudar de partido. Aí é que mora o problema.

| Não há como negar

Presidente Lula (Foto: Eduardo Amorim/Lupa1)

O presidente Lula (PT) comentou nesta terça-feira (27), pela primeira vez, o ato promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no domingo, na Avenida Paulista. Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV, Lula disse que a manifestação bolsonarista foi grande e não há como negar. Ainda conforme Lula, o ato deixou claro que a direita não está para brincadeira. "Não é possível você negar um fato. Eles fizeram uma manifestação grande em São Paulo. Mesmo quem não quiser acreditar é só ver a imagem [...] De qualquer forma é importante a gente ficar atento. Essa gente está demonstrando que eles não estão para brincadeira", comentou Lula.

| Raposa com jacaré

Prefeito Dr. Pessoa (Foto: Júnior Santos/Lupa1)

Ao comentar a revoada de tucanos para o palanque do PT em Teresina, o prefeito Dr. Pessoa (Republicanos) afirmou que "na política, infelizmente, cachorro se mistura com gato e raposa com jacaré".

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