Gustavo Almeida

Flávio Nogueira rebate deputado “Príncipe” com aula de história na Câmara

Parlamentar piauiense contestou argumentação do deputado descendente da Família Imperial que defende a Monarquia.

21 de março de 2024 às 09:15
5 min de leitura

O deputado federal Flávio Nogueira (PT) protagonizou um momento curioso nesta quarta-feira (20) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara. Um dos personagens desse momento foi o deputado paulista Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL), o “Príncipe”, apelido pelo qual o parlamentar é chamado por ser descendente de Dom Pedro I e de Dom Pedro II, ou seja, da família imperial brasileira.

Flávio Nogueira e Luiz Philippe de Orleans e Bragança, o Príncipe (Fotos: Câmara dos Deputados)

Defensor da Monarquia

Tudo começou quando Orleans e Bragança, defensor da Monarquia, defendeu María Corina, líder da oposição na Venezuela que foi impedida de concorrer à presidência do país contra o ditador Nicolás Maduro. Na defesa de Corina, Orleans enalteceu valores democráticos, mas foi ironizado pelo deputado Glauber Rocha (Psol-RJ), que criticou o fato de Orleans defender a democracia na Venezuela ao tempo que é entusiasta do sistema monárquico com o poder absoluto dos reis.

Orleans ficou incomodado e disse que as monarquias, incluindo a brasileira, não podem ser chamadas de absolutistas. Na avaliação dele, a Monarquia é como se fosse um “ombudsman da sociedade”. Ele apontou que os países liderados por monarcas registraram os maiores índices de desenvolvimento humano e que os monarcas não têm interesse de “vilipendiar, oprimir ou roubar a sua população”.

A aula de Flávio Nogueira

Ao ouvir os argumentos do Príncipe, o deputado federal piauiense pediu a palavra, entrou na discussão e contestou o parlamentar paulista. Nogueira rebateu lembrando do absolutismo do Império Brasileiro e apontando que D. Pedro I fechou a Assembleia Constituinte de 1823 para impor uma constituição do seu interesse.

“Em nome da história, a verdade ao príncipe. Dizer que Dom Pedro I fechou a Assembleia Constituinte de 1823 porque não aceitava a separação dos poderes. Ele queria que fosse inserido na Constituição o poder moderador absolutista. E baniu do Brasil o maior dos democratas: José Bonifácio de Andrada e Silva, inclusive os seus dois irmãos, aprisionando-os lá na Fortaleza de Lajes [no estado do Rio]”, explanou Nogueira.

Uma verdadeira aula de história para o Príncipe.

OUTROS ASSUNTOS

| Filiação ao PDT

Filiação de Floro Mauel (Reprodução/Instagram)

O PDT filiou ontem, quarta-feira (20), o empreendedor Floro Mauel. Ele vai ser candidato a vereador pela sigla, que ainda busca nomes para completar a chapa proporcional para as eleições deste ano em Teresina. Floro foi candidato a deputado federal em 2022 pelo Solidariedade e teve quase 5 mil votos em Teresina. O ato de filiação contou com a presença do pré-candidato a prefeito Fábio Novo (PT) e dos vereadores pedetistas Enzo Samuel e Evandro Hidd. Conhecido pelo site Themos Vaga, plataforma que anuncia vagas de emprego abertas no mercado, Floro é uma das apostas do PDT.

| Presenças relevantes

Evento de Sílvio e Jeová teve presença de Charles da Silveira e Chico Gerardo (Divulgação/Ascom)

O evento que oficializou na quarta-feira (20) a chapa Sílvio Mendes e Jeová Alencar para a Prefeitura de Teresina reuniu simpatizantes e muitos políticos. Duas presenças no palanque chamaram atenção de modo especial: o ex-prefeito Chico Gerardo e o ex-secretário Charles da Silveira, históricos aliados do ex-prefeito Firmino Filho (1963-2021). A importância deles no palanque de Sílvio não está relacionada a potencial de votos, mas sim à simbologia política. Diferente de outros “firministas” que mudaram de lado após a morte do ex-prefeito, Charles e Chico Gerardo optaram por ficar no grupo onde sempre militaram.

| Mudança para pior

Senador Marcelo Castro (Foto: Fernanda Duarte/Lupa1)

Como se não bastasse o absurdo de propor aumento do mandato de senador de 8 para 10 anos, o relatório do novo Código Eleitoral entregue nesta quarta-feira (20) pelo senador Marcelo Castro (MDB) contém outro ponto bastante questionável. Justamente quando o País cobra medidas contra a avacalhação das pesquisas eleitorais, o senador propõe em seu relatório que as pesquisas vão poder ser divulgadas até mesmo no dia da eleição. A regra atual só permite a divulgação de pesquisas até dois dias antes do pleito, mas Castro quer as sondagens também no dia da eleição. Era só o que faltava!

Siga nas redes sociais

Veja também

Dê sua opinião

Canal LupaTV

Veja todas