Gustavo Almeida

A disputa em Teresina e os controversos “engenheiros da reconstrução”

Políticos e partidos aderem a discurso de reconstrução da cidade depois de terem apoiado a gestão que acusam de destruí-la.

15 de março de 2024 às 11:10
5 min de leitura

Quando Dr. Pessoa venceu a eleição em Teresina em 2020, muitos políticos que se diziam fiéis ao então prefeito Firmino Filho (PSDB) começaram a mudar de lado. Alguns pularam do barco já na campanha, quando perceberam que Dr. Pessoa venceria. Provaram que a fidelidade não era ao modelo tucano de gestão, mas sim ao poder. Como o PSDB passou 30 anos na prefeitura, construiu-se uma percepção sobre alguns políticos de que eram fiéis àquele grupo. Ledo engano.

Palácio da Cidade (Foto: Rômulo Piauilino/PMT)

Tão logo Dr. Pessoa assumiu, quase todos os vereadores aderiram à nova gestão e passaram a defender o novo alcaide. Não demorou muito para que qualquer ser vivente observasse que a gestão de Pessoa seria marcada por crises e problemas. Contudo, a sucessão de erros e omissões do Executivo não fez os vereadores e outros aliados arredarem o pé. Nos momentos de maior caos administrativo, a esmagadora maioria dos parlamentares estava lá, defendendo. Com cargos e benefícios, praticamente não houve oposição.

Somente agora, faltando poucos meses para a eleição e com as pesquisas eleitorais mostrando que o atual prefeito não apresenta chances de ser competitivo, os vereadores e seus respectivos partidos começaram a deixar a gestão que tanto defenderam. A maioria deles vê, só agora, os problemas que persistem na administração municipal desde o primeiro ano. E o mais hilário são as justificativas.

Grande parte dos vereadores, políticos e partidos que estão pulando do barco adere a um discurso de “reconstrução” da cidade. Reconstrução? Como assim? Eles vão participar da reconstrução? Difícil compreender. Partindo desse discurso de que a cidade está destruída, aonde eles estavam quando o processo destrutivo se desenvolvia? O que fizeram para conter o suposto destruidor?

Fica difícil acreditar nesses “engenheiros da reconstrução”.

OUTROS ASSUNTOS

| Correu com a sela

Ex-deputado Tererê (Foto: Divulgação/Alepi)

O ex-deputado estadual Deusimar Brito, o Tererê, diz agora que vai apoiar Dr. Hélio (MDB) para prefeito na eleição deste ano em Parnaíba. Tererê passou todo o ano de 2023 e o começo de 2024 turrando que não apoiaria Dr. Hélio de jeito nenhum. Com seu estilo verborrágico, espalhava que Hélio é rejeitado na Parnaíba e dizia que comeu o pão que o diabo amassou na campanha de 2020, quando foi vice de Hélio e, segundo ele, foi “deixado no sol” com despesas de campanha após a derrota. Pois é, Tererê esqueceu tudo e agora vai brigar por Dr. Hélio.

| Bom coração

Renato Berger (Foto: Gustavo Almeida/Lupa1)

O vereador Renato Berger garante que vai manter sua fidelidade ao prefeito Dr. Pessoa (Republicanos). No entanto, ele tem dito a amigos e colegas de parlamento que se quisesse largar o prefeito teria motivos justos. O principal deles, se queixa o vereador, é o fato de Dr. Pessoa ter incentivado sua irmã Karla Berger a ser candidata a vereadora, provocando disputa na família. O parlamentar afirma que o prefeito poderia ter retribuído sua lealdade incentivando o contrário, para que Karla não fosse candidata. Mas, apesar de tudo, Renato Berger diz que ficará com Pessoa porque tem palavra.

| Ciro mostra força

Ciro e Júlio Arcoverde (Divulgação)

A escolha do deputado federal Júlio Arcoverde (Progressistas) para a presidência da Comissão Mista do Orçamento (CMO) no Congresso Nacional foi mais uma demonstração da força política do senador Ciro Nogueira em Brasília. A comissão é uma das mais disputadas, dada a sua influência sobre o Orçamento da União. Vale lembrar que em 2022 a CMO teve como relator o senador Marcelo Castro (MDB), razão pela qual ele e aliados se gabavam. Agora Júlio Arcoverde será presidente, mesmo sendo deputado de primeiro mandato em Brasília.

Siga nas redes sociais

Veja também

Dê sua opinião

Canal LupaTV

Veja todas